A sua família e o seu partido

Os parentes a gente não escolhe. O são por afinidade biológica. Os amigos a gente pode escolher e o partido político também.
Os filhos podem ser bem (ou mal) educados. Jair Bolsonaro tem três filhos adultos, políticos, educados à sua semelhança, embora não tenham passado por formação militar. 
Com a sua carreira militar tendo sido interrompida, por razões disciplinares, passou para a carreira política, com os filhos educados ao longo dessa fase, com uma formação anti-ideológica intensa e radical. Marginalizada, por ser minoritária e contrária ao pensamento dominante da sociedade.
Os filhos foram formados para a carreira política, dentro de um pequeno reduto eleitoral, mas do qual eram os principais representantes pela sua coerência radical. O seu principal adversário ou inimigo era o politicamente correto, cada vez mais assumido e disseminado pelo "campo da esquerda". 
A visão de mundo foi formado por um "guru", com formulações conceituais elementares, com grandes misturas, mas consistente no ataque primário às idéias difundidas, na sociedade, como de esquerda, de comunismo ou socialismo. 
O "cluster bolsonarista" representante político do "olavocarvalhismo" embora minoritário e periférico, tinha um público próprio, suficiente para as sucessivas reeleições de Jair Bolsonaro para a Câmara dos Deputados, no Rio de Janeiro.
Tornando-se uma "seita" mais que um partido, o bolsonarismo, conseguia a eleição tanto para o patriarca, como para os filhos, sempre em cargos legislativos: na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e na Câmara Municipal da capital.
O bolsonarismo formou uma pequena base em São Paulo, suficiente para eleger o filho adulto mais novo, como deputado federal. 
Angariou outros adeptos, mas por ser um movimento marginal, não declarados. 
Com o fracasso do "campo da esquerda", englobando a social-democracia e o suposto socialismo - assumido pelo petismo - gerando a mais prolongada recessão econômica, o agravamento das condições sociais da população, associadas à corrupção, o bolsonarismo emergiu como a grande esperança de mudanças.
Guindado ao poder, por circunstâncias, os familiares, assim como os partidários e adeptos estão "se achando", com a perspectiva de "poder ilimitado", ungido pelo patriarca. Papel para o qual Jair Bolsonaro não estava preparado. 
Jair Bolsonaro "entregou" aos seus filhos, duas áreas de Governo importantes, Educação e Relações Exteriores. A ofensiva dos "bolsonaro-carvalhistas" pelos espaços de poder, já gerou as primeiras mudanças da equipe. 
A família bolsonarista ainda tem outro problema para resolver: quem vai assumir os "rolos" do Queiroz?
E no seu partido, cada um dos eleitos, acha que os votos que recebeu tem muito poder e que exercê-lo plenamente. Só que no Congresso, independentemente do número de votos que recebeu dos eleitores, cada qual só tem um voto. 

(cont)

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