A visão do eleitor

No processo eleitoral o protagonista mais importante não é o candidato, mas o eleitor, ou os eleitores. São eles que votam num candidato e o elegem quando esse conquista mais votos que o concorrente.

Para o candidato o objetivo principal é conseguir mais votos que o ou os concorrentes. Para isso ele tem que conquistar o voto do eleitor.

No caso dos deputados federais, é conquistar o voto dos eleitores do seu Estado, dentro de uma disputa por um número de vagas estabelecidas para o Estado em função do número de eleitores.

No sistema proporcional não basta conseguir mais votos que os concorrentes. Por que depende do número de vagas conquistadas pelo seu partido ou coligação. Um concorrente pode ter menos votos e ser eleito, por pertencer a um partido que, pela divisão dos votos válidos, tem vagas para ele. 

Esse sistema leva a objetivos diferenciados entre os partidos e os candidatos.

A visão do eleitor real

O eleitor real não é aquela figura idealizada pelos cientistas políticos e por outros que o desenham como uma pessoa que vota num representante. Alguém que o represente nas casas de poder, os seus ideais, os seus sonhos, as suas "visões de mundo". 

Com o domínio, nas campanhas eleitorais das eleições majoritárias, principalmente da Presidência de República, as campanhas de massa para a eleição do legislativo são pouco difundidas. O que dá margem ao voto útil para figuras conhecidas, mesmo que não políticas. 

As pesquisas, ainda que não confiáveis, dizem que a maioria dos eleitores não se sente representado pelos políticos. Mas cabe indagar: o eleitor que votou em Tiririca o fez para ser representado por ele? Representado no que? As razões do voto do eleitor não são os desejados pelos idealistas políticos. 

Ainda que com menor interesse generalizado, o eleitor quer saber se o seu voto elegeu o candidato. Se elegeu se dá por satisfeito. Se ele não foi eleito se dá por perdido. 

Mas não é bem assim. O voto que ele deu ao Tiririca, serviu para elegê-lo, mas mais dois ou três, que o eleitor não tem nenhuma idéia de quem seja. 

Pode ser mesmo alguém que ele não queria que fosse eleito. Mas o seu voto ajudou a elegê-lo.

O pior é quando o eleitor vota num candidato, mas ele não é eleito. Para o eleitor é um voto perdido, um voto desperdiçado. Mas também não é bem assim.

Os votos dos não eleitos podem ser tido aproveitados para eleger outros do mesmo partido ou coligação. No sistema proporcional não há voto "desperdiçado". Só o são os brancos, nulos ou não realizados por abstenção). Todos os votos dados a candidatos, que por alguma razão, não sejam anulados são aproveitados. Por redistribuição das "sobras" entre os partidos.

Dessa forma o eleitor vota em um e pode eleger outro. 

Essa manipulação do voto do eleitor, pelo sistema proporcional, tem sido o principal argumento dos defensores do "distritão". 

Nesse sentido, o distritão é mais representativo e democrático do voto do eleitor. Desde que a eleição seja personalizada. Isto é, o eleitor vota num candidato, pessoa física. 

Para o eleitor o distritão é um sistema mais simples. Atende melhor o seu voto.

Então por que tanta rejeição e oposição da opinião publicada contra o distritão?

Quais são as suas inconveniências objetivas?

São muitas, mas aguarde o próximo capitulo, ou melhor o próximo artigo.

(cont)














O despachante

Ao longo da história política os deputados foram assumindo cada vez mais o papel de despachante de interesses particulares, grupais ou comunitários.

Foi perdendo a função legislativa, assumida pelo Executivo, deixando-lhe o papel apenas de homologação das propostas do Executivo. Nesse processo inclui nos projetos, emendas, adendos e outros "penduricalhos" para atender aos interesses particulares que, muitas vezes, entram em choque com os objetivos desejados pelo Executivo ao encaminhar o Projeto de Lei ou Medida Provisória. 

Mais recentemente, os deputados derrotados em votações no Congresso logo apelam para o Judiciário, promovendo a ampliação da judicialização do processo político. 

A par da perda da iniciativa legislativa, os congressistas - tanto os deputados, como os senadores -  foram desenvolvendo a atividade de intermediação de interesses particulares em dois níveis: um em Brasília, tanto no Congresso, como nos órgãos públicos centrais e outro nas suas bases eleitorais.

Os concorrentes

Para o Congresso, mas principalmente, para a Câmara dos Deputados, estarão concorrendo 4 principais categorias de candidatos:

  • os "programáticos" ou "ideólogista";
  • os populistas;
  • os despachantes;
  • os "caciques" partidários. 


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