As prioridades regionais - Rio de Janeiro

Para a população do Rio de Janeiro que enfrenta diversos e complexos problemas insolúveis com os seus próprios recursos, supõe-se que a prioridade de grande parte dos eleitores será da ajuda federal. A preferência será por políticos que tragam para o Rio de Janeiro maior participação federal. Com menores condicionamentos.

O Rio de Janeiro terá um candidato à Presidência e Jair Bolsonaro, certamente, prometerá que - quando Presidente - dará todo apoio ao Rio de Janeiro. Dentro de uma visão de muitos cariocas de que o Governo Federal, abandonou o Rio de Janeiro, a partir da transferência da capital para Brasília.

Bolsonaro, como chefe da clã familiar, poderá ter um dos seus filhos como candidato a Governador, e outro a deputado federal. O do Governo poderá não ocorrer por interesses de composição partidária, mas terá certamente um dos filhos como candidato a deputado federal, até mesmo, para poder herdar os seus mais de 400 mil votos de 2014.

A mensagem será de maior articulação com o Governo Federal, para a colaboração federal com o Rio de Janeiro.

Os demais candidatos a Governador, usarão da mesma mensagem, coligando-se com um candidato presidencial viável.

O mesmo ocorrerá com os candidatos ao Senado e à Câmara. Até mesmo a "esquerda" adotará a mesma mensagem tendo o apoio a Lula ou a sua alternativa, como o fator de ligação.

A agenda política do Rio de Janeiro terá como itens principais:

  • a geração de empregos;
  • o combate à violência;
  • o acordo da dívida;
  • as privatizações.

A geração de empregos deverá estar atrelada a investimentos, principalmente na área de petroleo & gás. Ao Rio de Janeiro interessa, primordialmente:

  • aumento da produção de petróleo na bacia de Campos;
  • manutenção da política de conteúdo nacional, para gerar encomendas à indústria da construção naval instalada no Estado;
  • dinamização da construção do Comperj;
  • manutenção das bases de apoio à produção do pré-sal, mesmo da Bacia de Santos, no Rio de Janeiro, sustentando o polo de Macaé.


A redinamização da economia carioca é essencial para a retomada do mercado imobiliário, em particular a complementação do projeto Porto Maravilha.

Na área rodoviária, a principal obra pública - o Arco Metropolitano está incompleto. E há pendências para viabilizar a expansão da Via Dutra e das rodovias da CONCER. Todas de responsabilidade federal, ou dependente de recursos e decisões federais.

A violência urbana é o grande problema que afeta as áreas mais ricas, vizinhas das comunidades. 

O acordo da dívida deverá estar resolvido antes de outubro de 2018, mas continuará na pauta das prioridades políticas, pela discussão das "condicionalidades". Haverá pressão para flexibilizações.

As privatizações anunciadas pelo Governo Federal, afetam diretamente interesses cariocas. No caso da CEDAE, a corporação dos funcionários e a perspectiva de aumentos tarifários, com a privatização da empresa.

A Eletrobras não tem geração de energia no Rio de Janeiro, mas tem a sua sede na cidade. E Furnas também. Há um receio fundado dos cariocas de que com a privatização os novos controladores mudem as sedes, seja para São Paulo, como para Minas Gerais, gerando mais desemprego na cidade. Os candidatos lutarão pelo estabelecimento de cláusulas que garantam a permanência das sedes das elétricas, no Rio de Janeiro. 

Os temas nacionais, como combate à corrupção e gestão fiscal, estarão na agenda, mas não com a mesma prioridade, de outras regiões brasileiras.

E a reforma previdenciária, principalmente, na previdência pública terá forte oposição por parte dos políticos cariocas. 

Diante desse conjunto de questões, como os novatos se posicionarão? E, no sentido oposto, como os eleitores verão os novatos?

A indignação generalizada com os políticos será o suficiente para os eleitores não votarem nos mesmos e sufragarem os novatos? Qual será o percentual dos eleitores renovantes, no Rio de Janeiro?

Os eleitores entenderão que os veteranos terão melhores condições de negociar as soluções mais adequadas, ou acreditarão no voluntarismo dos novatos?

Os novatos, defensores das privatizações, terão votos, ou a predominância dos cariocas preferirão ter as empresas sob controle público? Principalmente das empresas federais como sede no Rio de Janeiro.




(cont)



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