Café e agricultura familiar

A lavoura do café pode ser desenvolvida tanto por grandes , como por pequenas propriedades, a quase totalidade delas sob controle familiar. A empresa agrícola, sob controle de investidores ou grandes empresas, praticamente, ainda não chegou à agricultura brasileira.

A chamada agricultura familiar decorre de uma definição legal, em função do tamanho da propriedade e da força de trabalho que seria toda de membros de uma família, sem a contratação de empregados, com pequenas exceções.

A distinção real é entre a grande e pequena propriedade, diferenciadas pela capacidade de investimentos, de maquinização e uso de tecnologias.

O café não é um produto de subsistência, embora uma família possa cultivar alguns poucos pés de cafés, para atender à sua própria demanda. O que provavelmente teria um custo maior do que adquirir o grão já torrado, ou até mesmo o pó moido.

Uma pequena propriedade poderá produzir para venda a atacadistas, que poderá ser uma cooperativa de produtores, seja para comercialização e consumo local, regional ou até mesmo para o exterior.

A consideração inicial é da pouca ou nenhuma viabilidade econômica de uma produção de café, apenas pela agricultura familiar e voltada para o consumo local. 

Ela se torna viável, dentro de polos produtivos onde propriedades maiores desenvolvem a produção e atraem para a região as diversas fases da cadeia produtiva, desde os supridores de sementes, defensivos, fertilizantes e demais produtos agroquímicos, máquinas agrícolas, como as posteriores à produção agrícola, como os comercializadores e os industriais (torrefadores, moedores e embaladores), com a venda do pó, sob marca. 

A agricultura familiar encontra espaços residuais para a venda de sua produção em complementação à produção "patronal" ou pode se especializar em café de qualidade, com tratamento artesanal, orgânicos e outros produtos diferenciados. 

Oportunidade Regional

Uma oportunidade regional ocorre no planalto do sudoeste baiano, com um polo cafeicultor tendo Vitória da Conquista como o principal município, envolvendo ainda os vizinhos Barra do Choça e Planalto. Tem a sua produção concentrada no tipo arábica, de maior valor que os demais. 

A sua produção já elevou a Bahia à quarta posição entre os maiores Estados produtores de café, ficando apenas atrás de Minas Gerais, Espirito Santo e São Paulo.

As circunstâncias regionais propiciam condições para o desenvolvimento da agricultura familiar cafeeira. 



Agricultura familiar empresarial


O papel ou espaço da agricultura familiar está dentro do que tem se caracterizado como empresas ou negócios de nicho.

A condição preliminar é substituir a visão social pela econômica. O social seria consequência do desenvolvimento econômico.

A principal oportunidade de negócios, para a agricultura familiar está na produção do café orgânico, sem o uso de produtos químicos, o que requer maior cuidado artesanal. 

Terá um custo maior, mas também um valor maior.

A produção do café orgânico, dentro de um contexto maior de produção tem vantagens de se valer da mesma infraestrutura da cadeia produtiva, mas tem a desvantagem da contaminação com a aplicação dos agroquímicos nas demais plantações.

Para a sua viabilização a agricultura familiar precisa se mobilizar para reduzir a utilização generalizada dos agroquímicos, como a pulverização aérea. 

Já existem várias tecnologias para as aplicações localizadas dos agroquímicos, assim como da irrigação, o que além de evitar a contaminação das áreas vizinhas são mais econômicas. 

Vários Municipios vem tentando proibir a pulverização aérea de agrotóxicos, cabendo uma movimentação dentro dos Municipios da região. 

(cont)


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