As mudanças na área econômica do Governo tem dois sentidos: Romero Jucá amplia os seus domínios e os servidores públicos mantém o controle do orçamento federal.
Jucá, mantém o Ministério do Planejamento e amplia o seu espaço para o BNDES. O que pode ser ilusório. Mas político sempre acha que tem poderes.
A troca de guarda no Planejamento, dentro da mesma equipe e doutrina, significa que o Governo Temer não buscará - prioritariamente - reduzir as suas despesas correntes, principalmente com cortes nas despesas com pessoal.
Para cumprir a regra de ouro, a equipe se concentrará em buscar "pedaladas". O que dificilmente conseguirá pela "marcação cerrada" do TCU.
Se a sociedade não estiver atenta, o caminho mais fácil que o Governo irá adotar será o do aumento de tributos.
O laboratório de "criatividade fiscal" estará a pleno vapor, enquanto a sociedade estiver preocupada com a eventual prisão de Lula, e as eleições.
Já no BNDES, irá ocorrer o mesmo que ocorreu na Procuradoria Geral da República - PGR, conforme percepção da "turma do Temer": a cabeça mudou, mas o corpo continua o mesmo.
Dyogo Oliveira não conseguirá, nesses nove meses, gerir o BNDES, a menos que seja um mero homologador de decisões da casa.
Ele está indo para o BNDES, com uma "missão impossível": devolver o quanto antes os bilhões que o Tesouro adiantou ao banco.
A casa vai resistir.
O que a opinião publicada quer é que Temer não consiga cumprir a "regra de ouro", incidindo em crime de responsabilidade fiscal, que daria margem ao seu impeachment. Como ocorreu com Dilma.
O decreto dos portos, não configura crime de responsabilidade. As demais acusações, embora refiram-se a fatos reais, não são da sua gestão como Presidente. Poderá haver um pedido de investigação que poderá ser aceito pelo Congresso. Mas não resultará em nada mais do que a PF já está investigando. Apenas o agravamento da fraqueza.
Já o não cumprimento da "regra de ouro", leva a um processo dentro do Congresso que depende só de Rodrigo Maia, dar a partida.
Com o "placar favorável" para não ser eliminado, as substituições na defesa são para "não levar gol".
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