A prisão de Lula ocorreu dentro do previsto no plano A da Polícia Federal e do B de Lula.
A estratégia da Polícia Federal foi de acuar Lula, no seu refúgio, aproximando-se gradualmente, sem enfrentamento. O último acordo foi ele se entregar no outro lado da rua do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, num terreno onde estariam diversos carros iguais da PF, descaracterizados. E foi tolerando os sucessivos adiamentos, explicados por missa para Dna Marisa, resistência dos militantes, etc.
Essa última encenação, com Lula tentando sair de carro e impedido pelos militantes, fez com a PF desse um ultimato: se em meia hora não se entregasse, ele seria caracterizado como foragido. Se levado à Justiça desmontaria toda estratégia da defesa.
Os leigos não sabem bem, a mídia não soube explicar mas a defesa jurídica de Lula, bem sabia o que isso significava.
Do ponto de vista da imagem pública, a resistência acabou também sendo negativa: a mídia difundiu a entrega como rendição. A esperteza de Lula foi vencida pelos seus radicais.
O que pode acontecer do ponto de vista político?
Os próximos passou vão depender mais das duas próximas rodadas de prévia eleitorais.
A primeira deverá retratar a reação imediata da amostra, podendo manter ou reduzir o potencial de votos de Lula. A segunda deverá caracterizar a tendência.
A reação "das ruas" indica uma perda. Ficou limitada aos militantes, sem conseguir a adesão do restante da população.
O comparativo com o evento mais recente, mostra a diferença.
No assassinato de Marielle Franco, a mobilização inicial foi dos militantes. Centenas de pessoas foram à Cinelândia, acompanhar o velório da vereadora. A difusão da notícias gerou comoção nacional e milhares foram às ruas, na sequência. Não se sustentou, mas mobilizou.
A prisão de Lula, acompanhada passo a passo pela televisão, não gerou nenhuma comoção nacional As manifestações populares foram apenas dos militantes, com episódios de intolerância.
Não teve apoio, nem dos prós, como dos contra.
A maioria silenciosa ficou silenciosa. Como se manifestará na pesquisas. E depois no voto?
As pesquisas são prévias.
(cont)
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