Não se exportam alimentos processados

O comércio internacional de alimentos processados seria menor do que das matérias primas, porque os paises prefererem importá-las - como insumos - e processar e transformar os alimentos mais próximos aos seus mercados consumidores.

Um caso típico seria o do trigo, inclusive no caso brasileiro. O Brasil é - tradicionalmente - um grande importador do trigo em grão e desenvolve em seu território, toda a cadeia produtiva, começando com a moagem, até a produção do pãozinho de padaria, aos biscoitos e massas.

Esse quadro, embora não único, decorreu de políticas públicas, com subsídios ao trigo, para conter os efeitos inflacionários dos eventuais aumentos dos preços dos pãezinhos.

Por outro lado o tamanho do seu mercado interno viabilizou a produção interna de derivados, em condições de relativa competitividade com as importações. 

Nem todos os países tem condições de instalar fábricas competitivas em seu território, a menos de subsídios governamentais. O que é comum.


As novas tecnologias

A par do levantamento de barreiras comerciais ou econômicas, novas tecnologias tem viabilizadas os suprimentos de alimentos a longas distâncias e tempo após a fabricação.

O mais importante são as tecnologias de congelamento, que estão revolucionando as cadeias produtivas alimentícias. 

O pãozinho congelado

Atualmente ao se comprar um pãozinho saido do forno a impressão do consumidor é de um produto produzido na hora. O que pode ser falsa: o forneiro ou seu ajudante(não mais o padeiro) pode ter assado um pãozinho congelado a mais de um mês. O padeiro não está mais presente na padaria. Ele estará num centro de produção de pães congelados que pode ser uma padaria de maior escala. Ou mesmo uma fábrica especializada. Pode estar no mesmo estado ou não. Como pode estar em outro país. Importa-se massa pronta, não mais a farinha. Isto é, a farinha processada. Atualmente em pequena escala, dentro do conjunto, mas a tendência é de crescimento.

A preparação da massa do pão tornou-se trivial e indiferenciado, mas está voltando a ser especializado, diferenciado e com marca. Não é mais produzido por qualquer padeiro, mas por especialistas, com cuidados especiais, e vendidos para outros países. 

Há uma grande moda em voga que são os pães artesanais de autor. Que não se limitam a mercados locais. Mas se disseminam pelo congelamento do produto semi-pronto.


O pão de queijo

O tradicional pão de queijo mineiro é comercializado, nos supermercados, congelado. Passará a ser amplamente comercializado no mundo, a partir da participação da McCain na Forno de Minas. Atualmente a empresa mineira estaria exportando para 15 países. Ao se associar à maior empresa mundial de suprimento de "batata frita" pré-cozida e congelada, irá participar da rede mundial dessa. 

Para a canadense, a associação com a Forno de Minas é um oportunidade de diversificar o seu portfólio de produtos congelados, vendidos às casas de alimentação fora do lar, como às famílias. 

O consumidor brasileiro está acostumado a consumir a batata frita na rede McDonalds. Só não sabe que toda ela é importada da Argentina, produzida pela McCain.


Produtos conservados e envasados

Forma mais tradicional de comercialização mundial é de alimentos conservados e enlatados ou envasados em outros recipientes. 

O Brasil teria sido um grande produtor de alimentos enlatados, mas teria perdido competitividade.

Não há muitos estudos a respeito deste setor, mas parece haver um crescimento continuado, com empresas como a Vapza, conquistando mercados externos, adotando novas tecnologias de embalamento.


A viabilização das exportações de alimentos processados

Os exemplos acima são apenas indícios da viabilidade de exportação de alimentos processados, com características diferenciadas e com marcas. A marca pode ser o autor. Que seria, por exemplo, um "padeiro gourmet". 

Como em outros casos citado, as decisões não são de país, mas de empresas. 

As iniciativas são de empresas multinacionais, com rede mundial de comercialização, que associam essa rede, com as tecnologias para ampliar a sua carteira (portólio) de produtos. 

Que outros produtos congeláveis que o Brasil pode oferecer ao mundo?




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