Ninguém se elege: são eleitos

Ninguém se elege a um cargo público por ato de vontade própria.
Os que conseguem, são eleitos e sempre por uma significativa quantidade de votos individuais. Quem tem poder de decisão é o eleitor. Mesmo quando "comprado".
No processo eleitoral o mais importante é entender o comportamento do eleitor e do eleitorado. 
Por que ele vota em determinado candidato e não em outro? O que o leva a determinada decisão? O que afeta a sua decisão? Como o candidato consegue uma decisão do eleitor a seu favor? 

Essa análise a partir do eleitor, é o mais relevante para avaliar os prováveis resultados das eleições presidenciais, assim como para uma eventual reforma política, adotando o regime distrital.

Aqui vamos tentar avaliar o que e como o sistema distrital (puro ou misto) poderia alterar a composição da Câmara dos Deputados e se isso seria bom ou ruim para as suas deliberações.

Partimos de uma constatação, com base numa pesquisa piloto realizada sobre os resultados efetivos das eleições para a Câmara dos Deputados, em 2014 no Espirito Santo e no Rio de Janeiro. Uma grande parte, senão a maioria dos deputados federais é eleita como despachante dos interesses coletivos, mas restritos a uma comunidade ou corporação. 
Isso porque a visão de mundo do eleitor é restrita, baseado apenas no ambiente em que vive, ou "até onde a vista alcança". Título do livro que acabo de publicar. 

Se instituido o sistema distrital, ocorrerão duas situações opostas. Municípios, principalmente as capitais, com grande número de eleitores concentrados territorialmente serão divididos em distritos eleitorais. Nos interiores dos Estados os distritos serão formados pela aglutinação de Municípios, segundo as zonas eleitorais.

Como impacto dessa nova estruturação, a eleição do "despachante federal" deverá se fortalecer nas periferias das grandes cidades. Por outro lado enfraquecerá no interior, dada a dificuldade do candidato se propor a ser despachante de uma região, com população mais dispersa. 

As estratégias para a conquista dos votos também deverá mudar. No interior, o tradicional acordo com os Prefeitos precisará, de um lado, ser ampliado. De outro concentrado.

(cont)





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