Os próximos passos (ou jogadas) ocorrerão todos no campo do Congresso Nacional, com dois jogos principais: a autorização (ou não) da investigação do Presidente Temer pelo STF por solicitação da PGR e a aprovação das reformas.
As partidas ocorrerão simultâneamente. A da reforma tem uma parte adiantada, a trabalhista, que deverá ser aprovada - fora uma inesperada surpresa de última hora - pelo Senado e levada à sanção do Presidente. A da previdência dependerá do andamento ou resultado da outra partida.
Mas mesmo a reforma trabalhista não estará concluída com a sanção da lei, uma vez que foram acordados vetos e ajustes por Medida Provisória. Alguns vetos poderão ser derrubados, mas as MP que vierem a ser aprovadas posteriormente prevalecerão sobre as normas vetadas e restabelecidas. Ou seja, haverá ainda uma ou mais partidas em torno da reforma trabalhista. E dentro do processo de discussão da MP, as corporações - principalmente às ligadas à Justiça e Ministério Público do Trabalho, tentarão restabelecer atribuições perdidas.
Os empregadores se darão por satisfeito com a sanção da lei como for aprovado pelo Senado - que é igual à aprovada pela Câmara dos Deputados - e poderão preferir que não haja vetos, nem novas medidas provisórias. Essas são mais reivindicações dos sindicatos do que dos próprios trabalhadores.
De um lado, Temer terá fortalecida a sua posição perante a base aliada e ganhará o apoio - velado ou ostensivo - das ditas "classes empresariais". O Governo pressionará para que as entidades publiquem manifestos de página inteira em jornais e revistas ou chamadas na televisão, agradecendo e manifestando apoio ao Governo.
De outro, os "tucanos" poderão considerar que Temer já cumpriu a missão essencial. Não terá condições de fazer aprovar a reforma da previdência. "Desembarcarão" e engrossarão os pró-saída de Temer, considerando que Rodrigo Maia terá condições melhores para dar sequência à agenda da "ponte" ou "pinguela" para chegar a 2018, ou antes pela antecipação das eleições gerais.
O Congresso não quer aprovar qualquer reforma previdenciária. O Governo perdeu a batalha da comunicação e nem gastando milhões irá conseguir reverter os mantras que grudaram sobre a questão.
Como em outras ocasiões, a aprovação da reforma da previdência, terá que ser "comprada": principalmente do "baixo clero".
O pouco trunfo que resta a Temer é dizer ou mostrar ao "mercado" que com ele haverá uma reforma previdenciária, ainda que restrita. Com o seu sucessor - quem quer que seja - o risco é da reforma previdenciária ser adiada para a nova legislatura, ou seja, para 2019.
É um jogo complexo para "profissionais".
(cont)
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