Os eleitores do PT no Rio de Janeiro (6)

As visões de mundo dos trabalhadores

As opções de voto dos trabalhadores decorre da visão de mundo dos trabalhadores, o que leva à necessidade de segmentação dos grupos uma vez que existem visões semelhantes a todos e outras com visões diferenciadas em função da sua condição pessoal como do ambiente e das circunstâncias em que vive. 

Dai a análise ter que partir de condições gerais para focar o trabalhador do Rio de Janeiro. 

O elemento principal da visão de mundo está relacionada à melhoria de vida. O trabalhador, como pessoa quer melhorar a condição de vida em que vive. 

Há os que definem ou sonham com uma condição futura e orientam as suas decisões e ações em função do objetivo desejado. Outras querem uma evolução gradual. A maioria faz parte desse grupo. As decisões de voto estão - em geral - vinculadas a essa perspectiva gradualista.

As visões de mundo do trabalhador estão relacionadas com as suas diversas circunstâncias, caracterizadas como:

  • ingresso no trabalho;
  • dentro do trabalho;
  • nos intervalos do trabalho;
  • no caminho para e do trabalho para a moradia;
  • fora do trabalho.
Ingresso no trabalho

As perspectiva do pré-trabalhador é de conseguir um bom emprego ou trabalho. 
Fazem parte desse segmento os trabalhadores que perderam um emprego e estão em busca de um novo. Assim como empregados insatisfeitos que buscam novos empregos.

Para atender aos seus propósitos, as visões são de que:
  • depende do seu esforço pessoal;
  • depende do mercado oferecer mais oportunidades;
  • pode conseguir mediante apadrinhamento.
A partir dai pode dar o seu voto a político que oferece: ou promete :
  • oportunidade de desenvolvimento pessoal, como o acesso à escola, seja técnica ou superior;
  • promete melhorar o mercado e gerar mais empregos;
  • intermedia acesso a um emprego ou usa seu prestígio ou poder, para colocar o trabalhador num emprego: É o QI (quem indica).
Um dos principais focos do Lulismo foi ampliar as oportunidades de ensino superior, mediante quotas, financiamento para cursar faculdades particulares e ampliar as vagas em universidades federais, com grande descentralização de unidades. 
Os beneficiados tem eterna gratidão a Lula e tendem a votar nele, apesar de permanecer preso. Porém esse benefício não tem intermediários políticos, seja do PT como de outros partidos aliados. Não beneficiariam "despachantes políticos" para conseguir para os seus eleitores os benefícios. Alguns políticos atuaram nesse sentido, mas nenhum se destacou. 

Reduzir o desemprego, aumentar os empregos é promessa de todo político, em todos os níveis, mas não tem propostas concretas, a menos do nível local ou microrregional. É a promessa de trazer para a região uma empresa que com as suas instalações produtivas irá gerar um certo número de empregos. Em alguns casos pode ser decorrente da transferência da produção de uma localidade a outra, o que significaria reduzir empregos em uma região para transferir para outra.

Os trabalhadores que ganham oportunidade de emprego ficam gratos a quem patrocinou a vinda da empresa, pouco se importando se companheiros vão perder empregos em outra localidade. O candidato a deputado tem bases locais e ganha votos. O colega da região que perde emprego, não ganha votos.


O despachante político tem como uma das principais atividades intermediar o acesso a empregos, principalmente no setor público. Como o seu alcance é pequeno, tem que selecionar a quem apadrinhar. Está voltado à perspectiva de retorno da indicação ao retorno em votos. Em princípio, quanto maior o tamanho da família do apadrinhado ou a sua influência sobre grupo de eleitores, maior a probabilidade do apadrinhado conseguir a indicação.


(cont)










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