Os sob maior risco de não reeleição

O terceiro bloco ou grupo dos deputados federais eleitos pelo Rio de Janeiro é daqueles que mesmo com menos de 50 mil votos individuais, foram eleitos favorecidos pelos quocientes partidários e, principalmente, pelas coligações dos pequenos partidos e votos de legenda.

A composição desse conjunto, que engloba 16 candidatos, inclui 3 dos PT, entre eles Luis Sérgio, ex-lider e Benedita Silva. Ambos foram Prefeitos em Municipios do Rio de Janeiro. Luis Sérgio em Angra dos Reis, mas que deixou de ser a sua principal base eleitoral, com mais votos no Rio de Janeiro do que em Angra. Ceciliano Jordão, do PMDB, é que tem a principal votação, com 69% dos seus votos nessa base.

Esse grupo pode ainda ser desdobrado em dois: os eleitos com os seus votos entre os 46 mais votados, que são 10. Os outros 6 tiveram menos votos que os suplentes não eleitos, em função do sistema proporcional. Se estivesse em vigor o "Distritão" não estariam entre os eleitos.

No primeiro subgrupo está Marcelo Viviani, o único eleito pelo PDT, que não se coligou com nenhum outro partido. PDT é o partido criado por Leonel Brizola, que foi o mais forte no Estado, no período da redemocratização. Foi a origem de diversas lideranças políticas como César Maia, Anthony Garotinho e outros. Com as diversas defecções, cisões, tornou-se um partido menor no Estado do Rio. Teve 227.702 votos no conjunto, com 47.370 votos para Viviani, concentrado em São João do Meriti. Perdeu posições para o PR  e o PRB (391.912 votos) que abrigam a maior parte dos deputados evangélicos. Perdeu para a coligação SD/PSL que com  362.622 elegeu dois deputados dentro do grupo III. E se igualou à coligação PRP/PRTB e PPL, que com 174.062 também elegeu um deputado.

No campo da esquerda, perdeu com a coligação PT/PCdoB/PSB que elegeu 5 deputados diretamente e ainda se beneficiou dos votos perdidos dos candidatos não eleitos, com mais 2 eleitos, ambos no grupo III. E perdeu também para o PSOL, puxado por Chico Alencar e Jean Willys, elegeu Benevenuto Daciolo dos Santos (Cabo Daciolo) , com 49.831 votos, também concentrado no Rio de Janeiro. Este último foi expulso do partido, por incompatibilidade com os princípios partidários.
O PSOL tem baixa penetração fora da capital, com alguns votos ainda na Região Metropolitana.

Ezequiel Teixeira da coligação SD/PSL  e Luiz Carlos Ramos, da coligação PSDC/PMN/PTC só conseguiram ser eleitos pelos votos da coligação, embora com menos votos de outros candidatos. Não teriam sido eleitos no regime do Distritão. Ambos não estão mais no partido pelo qual foram eleitos, incorporando-se ao Podemos (ex PTN). Ezequiel Teixeira votou a favor de Temer e Luiz Carlos Ramos, contra. 

Esse grupo seria o mais afetado com a eventual introdução do Distritão. 

Com esse os partidos terão que focar a eleição do "grupo do meio". Os campeões de votos terão a sua eleição assegurada, a partir de uma condição própria. Não será prioridade dos partidos a acumulação de votos nesses, porque o eventual excedente em nada iria ajudar os demais candidatos.

Tampouco interessaria em promover centenas de pequenas candidaturas para melhorar o quociente partidário. 

Dessa forma o sarrafo deverá subir. Para ultrapassar e ser eleito, o candidato deverá ter - em 2018 - pelo menos 50 mil votos. A maior parte dos 16 desse grupo não deverá voltar ao Congresso.

O Rio de Janeiro oferece um amplo campo para renovação de nomes na sua bancada. 

O cenário mais provável é que - com ou sem distritão - o fortalecimento maior será da bancada evangélica, infiltrada em múltiplos partidos. 



(cont)









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