Por que são poucos sindicalistas no Congresso? (2)

Reversão

Será possível uma reversão do quadro atual, em 2018, com a  eventual eleição de uma expressiva bancada sindical na Câmara dos Deputados? Se isso ocorrer, qual será o impacto político dessa nova participação sindical? 

A questão preliminar é se líderes sindicais conseguirão ser eleitos deputados federais, em 2018, tendo os trabalhadores da sua categoria, como principal base eleitoral?

As eleições para a Câmara Federal são estaduais e não nacionais. Dessa forma se tomarmos o conjunto dos comerciários em todo o Brasil, esse precisa ser desdobrado por Estado, para a avaliação do potencial eleitoral. 

Toda a categoria era obrigatoriamente filiada. A partir da reforma trabalhista, essa obrigatoriedade está em xeque. De outra parte, apenas uma pequena parte da categoria é associada aos sindicatos.

Os sindicatos, para atrair associados, concentraram se na oferta de serviços assistenciais, recreativos e outros, despriorizando a luta política.

Essa luta política sempre envolveu conquistas de benefícios ou condições de trabalho, mediante leis e regulamentos públicos, principalmente de natureza federal. 

Lula comandou a eleição de líderes sindicais, como deputados federais e o PT conseguir eleger alguns, apesar da derrota de Lula, em 1990,1994 e 1998. 
Jair Meneguelli, companheiro de luta, como lider sindical metalurgico, fundador do PT e da CUT foi eleito deputado federal em 1994 e 1998. Em 2003, com a eleição de Lula, deixou a luta política, para ser um bem remunerado Presidente do SESI.  Vicentinho, outro líder metalúrgico do ABC Paulista, foi eleito deputado federal, em 2002, na mesma ocasião da primeira eleição de Lula e segue a sua carreira na Câmara dos Deputados, com 3 eleições subsequentes. Mas ao disputar a Prefeitura de São Bernardo do Campo, foi duas vezes derrotado.

Com um líder sindical na Presidência, a obtenção de uma legislação favorável aos trabalhadores, foi assumida por este que, mediante diversos mecanismos de cooptação dos congressistas, conseguia a aprovação daquela. Na sua primeira eleição, Lula ainda comandou a formação de uma base sindical, mas em pequeno número. Para formar a sua base aliada, usou métodos tradicionais, que antes condenava.

A conquista do poder pelo PT e Lula na Presidência, na prática, acabou promovendo a desarticulação política das lideranças sindicais que acabaram se acomodando e desmobilizando a sua luta política.

Essa retomou alguma articulação, mas difusa, na defesa do mandato da Presidente Dilma. Não tem participação relevante nos movimentos "Fora Temer", e terá em 2018 uma grande oportunidade ou teste para aferir o efetivo apoio das suas bases, à luta política.

Algumas perguntas importantes precisam ser respondidas para uma avaliação sobre a viabilidade de reversão.

O que os líderes sindicais, candidatos a deputados federais vão ou podem oferecer (ou prometer) aos eleitores, como atuação como deputados federais?

Por que os trabalhadores da categoria votariam no seu líder sindical e não em outros, que lhe apresentam outras propostas? Que lhes parecem melhores.

Por que outros eleitores, fora da categoria do candidato votariam nele?

(cont)







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