Quem voltará ao Congresso em 2019? (2) - os mais votados do Rio em 2014

Dentro do segundo pelotão dos deputados federais eleitos no Rio de Janeiro, isto é, os  nove que ficaram abaixo do quociente partidário (166.814), mas acima de 100 mil, havia 3 nomes, pouco conhecidos. Roberto da Silva Salles, com 124 mil votos, concentrados no Rio de Janeiro e São Gonçalo (sequencia de Niterói na direção ao norte fluminense) e Rosângela de Souza Gomes, com 102 mil votos, também concentrado no Rio de Janeiro e em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ambos do PRB. E ainda Sóstenes Silva Cavalcanti com 103 mil votos, com votos no Rio de Janeiro e Duque de Caxias, ainda dentro da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Confesso que eu não me lembro de ter visto ou ouvido tais nomes. Provavelmente por falta de atenção. Mas não são frequentes no noticiário político específico, como no político-policial. 
Suspeitei de uma hipótese que se confirmou: são todos da bancada evangélica, eleitos com o apoio dos fieis e alguns com posição de liderança dentro da bancada.
Sóstenes Silva Cavalcanti se apresenta como teólogo, não como pastor, mas comanda junto com João Campos (PSDB_GO) sessões de culto dentro da própria Câmara Federal, com os colegas evangélicos e aparece em terceiro lugar entre os deputados federais no ranking políticos. Sóstenes foi apadrinhado pelo Pastor Silas Malafraia, que o ajudou a se eleger. Ele seria o representante desse importante pastor no Congresso. 
Roberto Sales e Rosângela Gomes são pessoas de origem humilde apoiados pela Igreja para um crescimento pessoal e político. Tem o apoio do Bispo Edir Macedo da Igreja Universal Reino de Deus. 
Rosângela Gomes foi candidata a Prefeita em Nova Iguaçu, em 2016, onde ficou em terceiro lugar e ajudou a eleger Rogério Lisboa, evitando a reeleição de Nelson Bornier, pai do deputado Felipe Bornier. 

Foi uma suposta renovação política, com a derrota de um "velho cacique" da política fluminense. Dentro do modelo que surge como forte tendência para as eleições parlamentares de 2018: a substituição da velha política pela renovação evangélica. Ou com o apoio desta. 

Tais circunstâncias, indicam que a menos que os comandos das respectivas igrejas determinem outros nomes para concorrer e ter os votos dos seus fiéis, eles serão eleitos. 

Os evangélicos pentecostais deverão herdar a principal fatia dos eleitores de Eduardo Cunha, ampliando o tamanho da bancada. Bolsonaro, ligado à Igreja Batista, também deixará uma grande herança. E a presbiteriana Clarissa Garotinho deverá manter a presença dessa igreja no Congresso.

Os dados do Rio de Janeiro - ainda que preliminares - indicam que o vácuo deixado pelo alto clero corrupto será ocupado pelos políticos evangélicos.

Em São Paulo, em 2016, a disputa entre a "velha política" então representada pelo PT, então na Prefeitura com Haddad e os evangélicos com Celso Russomanno, foi "atropelada" por João Dória.

No Rio de Janeiro, os evangélicos, junto com a "nova esquerda" primeiramente tiraram Pedro Paulo, representante da "velha política" da disputa para vencer em segundo turno com Marcelo Crivella.  

(cont)



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