Progressismo e conservadorismo no mundo do trabalho

Uma grande contradição entre o progressismo e o conservadorismo está no mundo do trabalho. Esse vem sofrendo grandes transformações, sendo um dos mais importantes a independentização do trabalhador em relação ao empregador. 
Com a revolução industrial a organização econômica tem sido baseada na conjugação de um "patrão", empreendedor e capitalista, e empregados, contratados  pelo patrão. 
Se o patrão não contrata, não existe empregado, tampouco relação entre ambos, que pode ser de confronto ou conflito.
Historicamente estabeleceu-se uma "luta de classes" entre os "patrões capitalistas" e os "trabalhadores empregados". Esse confronto excluía os trabalhadores não empregados, os "por conta própria", considerados informais ou marginais. Estariam ainda sujeitos a condições precárias de trabalho, por não contarem com proteção estatal. Eram considerados pejorativamente como "lumpem".
De um lado a estrutura econômica vem mudando, com maior prevalência dos serviços do que da indústria, seja na geração de renda como de empregos. 
As chamadas novas revolução industrial, como a 4ª Revolução Industrial não é industrial.  É uma Revolução dos Serviços.
A organização da atividade produtiva em serviços não requer o modelo tradicional de patrão-empregado com amplo espaço para o trabalhador vender direto os seus produtos - oriundos de serviços - ao mercado comprador, sem precisar a intermedição de um patrão: ou ele é o patrão de si  mesmo.
O trabalho por conta própria é a modernidade, mas a esquerda persiste na defesa do modelo patrão-empregado, inaceitando e combatendo o modelo "por conta própria", caracterizando-o como informal e precário. 
Neste campo, a esquerda é conservadora.

(cont)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...