segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Como as coisas funcionam

Os negócios gerenciados pelo então Diretor de Abastecimento da Petrobras,  Paulo Roberto da Costa, envolve - de um lado - o acordo com as empresas que, como contrapartida à contratação pela Petrobras dentro daquela Diretoria contribuiam com uma propina.
Esses acordos seriam promovidos diretamente pelo Diretor de tal forma que na delação premiada a lista das contribuintes será a principal contribuição do delator para as investigações. Por esta razão a delação deverá ser homologada pelo Ministro Teori Zavaski.

Os indícios até aqui revelados indicam que os depósitos dos contribuintes eram feitos no exterior, o que faz sentido. Grande parte dos contratos envolve o fornecimento de equipamentos e materiais importados, de tal forma que a contribuinte nacional poderia mandar as divisas em compras superfaturadas, até mesmo para subsidiárias especialmente criadas para tal.

Uma parte, provavelmente a menor, era feita diretamente em notas de reais, recolhidas nas empresas contribuintes, levadas a um local para a separação e posterior distribuição aos beneficiários finais.

Supostamente tanto a operação externa como a interna era realizada pelo doleiro Alberto Youssef, a manda de PRC.  Mas este não tinha contato direto com os beneficiários. 

Na delação premiada ele pode dar o nome dos beneficiários, mas nem eles como aquele tem provas: nesse negócio ninguém dá recibo. Os beneficiários podem negar os recebimentos e qualquer ligação com PRC. Como alías já vem fazendo.

A lista, ainda oficiosa, pode vir a tona. Mas não muda o cenário. As provas dependem dos testemunhos de pessoas que participaram diretamente das operações. Uma das mensageiras já se pronunciou. O principal operador ainda não.

As negativas podem evitar condenações judiciais, mas o impacto político é imediato e profundo.

Mas há uma questão crítica, que precisa ser desvendada. Se PRC não acertava diretamente com os beneficiários, com quem ele acertava a lista desses? Quem era esse poderoso "chefão"? Ele irá delatá-lo? Como ele irá explicar a formação da lista?

Há dois caminhos plausíveis, dentro dessas circunstâncias. Ele fazia o contato direto com esse "distribuidor" ou o fazia através de um figura interna mais importante que se encontraria com aquele. 

Quem são eles? Existem ou são criações imaginárias da Teoria da Conspiração?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...