sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Renovação no Alto Clero, mas não do todo, no Senado Federal

O alto clero do Senado Federal que congrega os "cardeais" da política brasileira, ou os "caciques políticos" terá uma grande transformação em 2019. Tradicionais líderes, como Romero Jucá, Eunício de Oliveira, Edison Lobão, Valdir Raupp, Armando Monteiro, Cássio Cunha Lima, Jorge Viana e outros foram barrados pelos eleitores.
Aécio Neves, Gleise Hoffmann e José Agripino, preferiram concorrer a outros cargos. Poucos sobreviveram, entre eles Renan Calheiros, Edson Braga, Jader Barbalho e Humberto Costa. 
Serão substituidos por retornantes, como Jarbas Vasconcelos, Esperidião Amin, Jayme Campos e ex-governadores como Cid Gomes, Jaques Wagner e Confúcio Moura.
A maior parte dos novos é de promoção na carreira política, oriundos da Câmara dos Deputados ou Assembléias Legislativas. Alguns poderão ter grande protagonismo, como os ex-deputados federais Major Olimpio, Luiz Carlos Heinze, Rodrigo Pacheco e outros. Dos oriundos das Assembléias Legislativas despontam Flávio Bolsonaro e Rodrigo Cunha, esse de Alagoas, ainda pouco conhecido nacionalmente.
Juiza Selma Arruda

Os veteranos são 34 dos 46 novos , representando 74% dos novos e 42% do total do Senado. 
Os novatos, entre os seminovatos, com alguma experiência eleitoral e os inteiramente novos, sem qualquer antecedente eleitoral, são 12, significando  26% dos novos  e apenas 15% do Senado. Uma renovação política numérica ainda muito baixa. 
Os grandes números geram uma impressão diversa da realidade.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

O fazer com o Brasil curado da sua doença?

O Brasil está doente. E o novo governo promete dar um jeito e curar o doente.
O Brasil é uma casa em desordem. O Governo promete por a casa em ordem. 
Mas e ai? O que o Brasil irá fazer depois de curado? O que vai fazer com a casa em ordem? Apenas se manter saudável, parado? Manter a casa arrumada? Ou sair para outra? Para uma vida nova? Que vida nova seria essa?
O Brasil tem oscilado entre uma economia fechada e uma pequena abertura. 
Com Bolsonaro há duas forças contraditórias.
De um lado a equipe econômica quer uma abertura ampla. A equipe ideológica familiar, inspirada em Trump quer o fechamento, em nome da soberania nacional e contra o "globalismo".
O que prevalecerá e quais serão os resultados efetivos?

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

O "exército de Lorenzeone"

Comprometido com a população brasileira que o elegeu, Jair Bolsonaro não pode adotar a prática tradicional do "troca-troca" com as lideranças partidárias, para obter o apoio legislativo.
Como o apoio ideológico ou programático é insuficiente para a aprovação das suas propostas no Congresso, teve que apelar para as Frentes Parlamentares (bancadas temáticas), o que ainda é insuficiente. 
Tem que buscar o apoio individual de deputados "avulsos", em articulações ou negociações no varejo. 
Dado o grande contingente desses, que seriam em torno de 300 deputados, Onyx Lorenzoni está formando uma tropa de deputados não reeleitos, a maioria do baixo clero atual, para uma atuação "corpo a corpo" com os "avulsos". 
As frentes de atuação serão estaduais, com a compreensão de que esses deputados são predominantemente despachantes de interesses comunitários.
Apesar do ceticismo dos conservadores que desconfiam da inovação, da quebra dos paradigmas, tem condições de sucesso. O maior problema do Exército de Lorenzeone será o "fogo amigo". 

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

A ideologia bolsonarista

O núcleo principal do pensamento pessoal de Jair Bolsonaro é o conservadorismo nos costumes, o anti-petismo e o saudosismo com o regime militar de 64/85. 
Assumindo a candidatura à Presidência da República incorporou o pensamento econômico liberal, como agregado terceirizado de campanha. 

Por oportunismo eleitoral, catalizou a insatisfação popular com os políticos tradicionais, caracterizados como corruptos e voltados apenas para os seus interesses pessoais. Apesar de ser um político tradicional, assumiu ser um novo, diverso e oposto da política tradicional.
O que configura dois pensamentos: o da anticorrupção e  de uma articulação política sem o "troca-troca".
A sua ascensão político-eleitoral abriu espaço para a emergência de uma liderança do pensamento de direita, com duas vertentes: a formação educacional-cultural e a posição do Brasil no contexto mundial.
Na primeira, a visão é de substituição da doutrinação da esquerda, tomada como progressista, pelo retorno à educação tradicional, conservadora. 
Na segunda vertente, há dois pensamentos básicos que se conjugam: uma é o anti-esquerdismo na América Latina e outra o "trumpismo".
O esquerdismo era caracterizado como "bolivarismo" ao qual Eduardo Bolsonaro  tem a pretensão de substituir pelo "bolsoanarismo", na América Latina. 
O trupismo é um alinhamento incondicional ao pensamento antiglobalista e a favor das soberanias nacionais.
Do ponto de vista objetivo isso significa: a) ser contra a interferência de organismos internacionais na soberania nacional, sejam as de natureza econômica, como FMI, Banco Mundial, OMC, etc como as ambientais e de defesa dos direitos humanos, encastelados em unidades da ONU; b) ser a favor da autonomia das decisões nacionais, como a de Israel em instalar a sua capital nacional em Jerusalém; c) ser protecionista em defesa dos recursos naturais e mercado nacionais; d) ficar a favor de Trump na guerra contra os seus "inimigos", principalmente a China, Irã e Coreia do Norte. 

domingo, 25 de novembro de 2018

O povo já vota em quem representa os seus interesses

O eleitor já vota em quem representa os seus interesses. São interesses comunitários ou corporativos. Não são eleitos como representantes de pensamentos, de idéias ou de programas amplos de espectro nacional. São eleitos como despachantes de interesses comunitários ou corporativos. 
Os partidos são meros cartórios para o registro das candidaturas, sem unidade ideológica ou programática. 
A aplicação da cláusula de barreira vai reduzir o número de partidos, racionalizar o processo legislativo, mas não vai sanear o sistema político. 
A praga do "despachantismo" vai seguir incólume.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Os primeiros tempos

Com votação recorde o novo Governo terá um forte apoio popular para pressionar o novo Congresso, a favor das medidas que propuser.
O problema está no que vai propor, em função das disputas internas dentro do seu grupo de apoio.

Independentemente da disputas políticas o novo Governo deverá começar o ano com boas notícias econômicas, a menos que São Pedro, ou próprio Bolsonaro,  criem problemas. 
Nas perspectivas atuais do clima, o Brasil deverá colher - ainda nos primeiros meses do ano - a maior safra de grãos de todos os tempos e bater novos recordes de exportação. O que irá influir no ânimo do mercado e nas cotações do dólar. 

A perspectiva mais provável para o primeiro semestre de 2019 é de uma animação do mercado, em alguns setores até de euforia, gerando um "bolha". 
Quem quiser aproveitar a oportunidade, terá que se arriscar investindo para se preparar para atender às demandas adicionais. 

domingo, 21 de outubro de 2018

Percepção correta, personagens não

Em 24 de janeiro de 2018, colocamos esta chamada de atenção para a questão estratégica no processo eleitoral. Na ocasião Bolsonaro não havia despontado como candidato viável.
Ele como formação militar, adotou a estratégia do inimigo visível e transformou Lula, o PT como o inimigo, trazendo as condições visíveis da Venezuela, como a consequência da vitória do inimigo.

O discurso populista tem por base um principio básico da estratégia: para fortalecer a nossa posição e reunir os adeptos é preciso ter um inimigo visível. 
Se não existe de fato é preciso criar, fazer crer que existe. Dai a tônica do discurso populista é nós contra eles. 

No caso brasileiro, dois pré-candidatos à Presidência adotam, com sucesso o discurso populista. Lula, por um lado, tem como inimigo evidente o atual Governo Temer ao qual atribui todas as responsabilidades pelos problemas do povo brasileiro. 

Não lhe importa se verdadeiro ou falso. Escolhido como o inimigo, só é mostrado por elementos negativos. Não reconhece, nem pode reconhecer, qualquer elemento positivo.


Já o outro lado aproveita esse discurso para caracterizá-lo como o inimigo. Lula e o PT seriam os grandes inimigos que precisam ser combatidos. O discurso seria igualmente populista.


Por enquanto o "meio" também caracterizado como centro não adota o discurso populista e não elege - claramente - o inimigo. 



segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Um novo amor!

Em 10/06/2018 publicamos este "post"

Para que se efetive uma ampla renovação do Congresso Nacional duas condições são essenciais:
Mal comparando, seria uma situação de fim de namoro ou casamento em que uma parte decepcionada com o(a) parceiro(a) se separa, e tem esperança de encontrar um novo amor. 
Se esse novo não aparecer, o eleitor ou eleitora, poderá voltar ao relacionamento anterior. Poderá perdoar as mazelas e até traições. 

A pergunta que não quer se calar é: quais são os discursos autênticos que o novato pode apresentar para sensibilizar suficientemente os vulneráveis, para que o eleitor vote nele e não nos conhecidos veteranos? 

Ou na comparação, como o novato pode ser o novo amor do eleitor ou eleitora que se separou, decepcionado com o(a) parceiro(a)?

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

O risco da abertura unilateral

O Brasil está diante de repetir a história, com duas duplas improváveis: Guedes-Malan e Bolsonaro-Collor.
Guedes só cuida do setor financeiro e não dialoga com o setor industrial, assim como fazia Pedro Malan. Não é seu propósito uma abertura unilateral, mas não dará ouvidos às reclamações da indústria, caso Bolsonaro queira fazê-lo a moda Collor. 
A crise de emprego decorre, em grande parte, da desindustrialização. Que se agravará com uma abertura unilateral. 

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Estranha renovação

No Espirito Santo, Bolsonaro sai na frente, com grande vantagem sobre Haddad, mas o seu candidato ao Governo do Estado, Carlos Manato não impede a vitória de Renato Casagrande ainda no turno.
Para o Senado há total renovação, com dois novos Senadores e Magno Malta, o principal político apoiador de Bolsonaro, não foi reeleito, ficando em terceiro lugar.

Já para a Câmara dos Deputados e renovação nominal foi de 50%, com 5 reeleitos, mas um dos atuais deputados federais, Carlos Manatto, aderiu logo cedo ao Bolsonaro, foi candidato ao Governo e derrotado por Renato Casagrande. Mas conseguiu que os eleitores votassem em sua mulher Dra. Soraya Manato, também pelo PSL.
Dos outros 4 novos, Lauriette, cantora gospel, atual mulher de Magno Malta, ex-deputada federal, eleita em 2010, retorna à Câmara, para dar maior audiência às sessões da Bancada Evangélica, na Câmara, com as suas concorridas apresentações musicais. Da Vitória é um tradicional político capixaba, várias vezes eleito deputado estadual.
Amaro Neto, o mais votado é um apresentador de TV "tipo Datena", eleito em 2014, deputado estadual, com a maior votação, derrotado em segundo turno no pleito muncipal de Vitória, em 2016, agora recebeu o maior número de votos do eleitorado capixaba. 

A efetiva renovação dos quadros políicos ocorre com a eleição de Felipe Rigoni, um engenheiro de 27 anos, cego, que chega à Câmara dos Deputados, como o segundo mais votado. Felipe é um dos membros do movimento RENOVABR. 

domingo, 30 de setembro de 2018

Até onde a vista alcança

Acaba de ficar pronto o meu livro "Até onde a vista alcança", no qual a partir de uma pesquisa exploratória, apresento vários achados, diferentes ou até contrários ao pensamento vigente nas análises políticas:
  1. ninguém se elege. São eleitos;
  2. o eleitor ("o povo") sabe votar;
  3. vota e elege o "despachante" de interesses coletivos restritos;
  4. o seu voto decorre de visão de mundo "curta", limitada ao ambiente imediato em que vive;
  5. visão "até onde a vista alcança".
A pesquisa e o livro são iniciativas do PNBE - Pensamento Nacional das Bases Empresariais, no âmbito do projeto RENOVA 80-20, do qual sou um dos coordenadores. 

A responsabilidade integral do conteúdo é do autor, não correspondendo ao pensamento unânime do PNBE, que tem no seu ideário, a diversidade de pensamento e posições dos seus associados.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

O plano Lula para a volta ao poder

A teoria da conspiração indica que o plano para eleger Bolsonaro no primeiro turno é obra do maquiavélico Lula para voltar ao poder.
Ele trabalha mais com as visões e ilusões dos eleitores do que com as estratégias dos candidatos. 
Ele busca gerar a impressão de que Bolsonaro é o único capaz de derrotar o PT, mas sabendo por contas simples que Bolsonaro não conseguirá ganhar no primeiro turno.
Mas Lula quer que o ex-capitão, e não outro, vá para para o segundo. Quando seria derrotado pelo PT. Diante dos demais candidatos a perspectiva do candidato do PT ser derrotado é maior. Na sua conspiração não quer que qualquer outro vá para o segundo turno. Então incentiva o voto útil a favor de Bolsonaro.
Os planos "maquiavélicos" defendem uma coisa para obter o contrário. E a "turma dos bobões" vai atrás.
Há sim uma conspiração para a volta de Lula ao poder e essa é a campanha "eleição de Bolsonaro no primeiro turno".


quarta-feira, 19 de setembro de 2018

A oportunidade para voltar a crescer

O desenvolvimento de um agronegócio de maior valor agregado é a maior oportunidade que o Brasil tem para voltar a crescer e promover a sua reindustrialização.
A oportunidade decorre da continuidade da demanda do mundo por alimentos, em função do aumento da população e da melhoria das rendas per-capita. De um lado há demanda para vencer a fome e, de outro, melhorar o consumo de alimentos mais saudáveis.
A ameaça está na concorrência. Outros países estão percebendo a mesma oportunidade. Alguns, sem matérias primas, buscam importá-las para processá-las e exportar alimentos prontos ou semiprontos para consumo, com maior valor agregado. 
O Brasil se planeja e se firma como um supridor mundial de alimentos processados ou será "relegado" ao papel de fornecedor de commodities, com baixo valor,  para os países que irão processá-los, agregar valor, gerar empregos e se desenvolver economicamente, às custas do "celeiro do mundo". 
Ou o Brasil percebe e aproveita a oportunidade ou irá perder sucessivamente posições entre as maiores economias do mundo, com a continuidade de taxas de crescimento pífios.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Hélio Jaguaribe e o legado do ISEB

Muito da visão que tenho colocado aqui aprendi no ISEB - Instituto Superior de Estudos Brasileiros. Aprendi com os mestres Hélio Jaguaribe Gomes de Mattos, recém falecido , Roland Corbisier, Alberto Guerreiro Ramos, Cândido Antonio Mendes de Almeida, Alvaro Vieira Pinto, Nelson Werneck Sodré, Ignácio Rangel, Gilberto Paim e outros a entender o Brasil em suas diversas dimensões. Com a sua composição e evolução estrutural.
O ISEB foi dizimado pelo golpe militar de 1964 e o pensamento estrutural foi substituído pelo pensamento econômico, para o qual o Brasil se resumia a um conjunto de tabelas numéricas. Do ponto de vista estrutural a simplificação era: o Estado de um lado e o mercado de outro. 
Registro aqui as minhas homenagens póstumas a Hélio Jaguaribe, tentando aqui - humilde e tacanhamente - manter as visões que aprendi no casarão de Botafogo, no Rio de Janeiro, ainda nos anos cinquenta.

sábado, 1 de setembro de 2018

O fracasso da estratégia de Lula

Lula tentou, usando todos os meios e artimanhas, quase conseguiu, mas ficou - por enquanto - apenas com um prêmio de consolação: a manutenção do tempo de TV, rádio e direito aos fundos públicos, para fins eleitorais, mas sem a sua presença. 
A derradeira possibilidade está numa liminar monocrática no TSJ ou no STF suspendendo os efeitos da decisão do TSE, até o dia 16 de setembro.
É o último dia para conseguir ainda estar com o nome e foto na urna eletrônica, a partir do voto de Rosa Weber. Mesmo que, na prática, seja inútil.
Ou melhor poderá ser útil ao candidato que conseguir mais de 50% dos votos válidos, isto é, anulados os votos dados ao 13, no primeiro turno. 

Quem, no momento, tem melhores condições para tal é Jair Bolsonaro. 

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Mudanças não percebidas

As principais torcidas paulistas ainda imaginam um tradicional final Corinthians x Palmeiras. As cariocas o clássico FlaxFlu.
As mineiras Cruzeiro x Atlético Mineiro. As gauchas o Gre-nal. Não vai dar nada disso.
A final das eleições presidenciais de 2018 não vai ser entre azuis e vermelhos. Entre tucanos e petistas. 
Tanto um como o outro estão desenvolvendo estratégias para uma final que não vai se repetir, depois de 24 anos e 6 disputas finais.
O lulismo não terá força sem o criador e mentor. O petismo, sem lulismo, é uma força menor que só persistirá pelo medo e ataque dos concorrentes. O PT sem o lulismo é um tigre de papel.
Com os dois principais protagonistas se preparando uma disputa que não vai haver, outros tomarão os seus lugares. 

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

O lulismo sobreviverá sem a presença física de Lula?

Quem tem votos dos mais pobres, principalmente, no Nordeste é Lula, com o lulismo. Não é o PT, tampouco o petismo, que nem sempre coincide com o lulismo. Esse tem como base fundamental o consumismo: significa a melhoria de vida pela capacidade de consumo. Significa poder comer bife todos os dias. Ou "menas": ter três refeições por dia. 
Não é a cartilha da esquerda que foca o confronto com o capitalismo, com o patrão, com o mercado.
Lula desenvolveu uma cartilha própria, que tem grande aceitação pelos eleitores. 
Não tem herdeiros, nem mesmo apóstolos. 
O Andrade é petista, mas não é lulista. 
O mais grave: resiste em ser falso. Resiste em assumir uma personagem. O que Dilma soube fazer com competência, seguindo rigorosamente o "script" de João Santana. Agora não tem mais nem João.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Trabalhador não está votando em trabalhador

A partir da constatação numérica de queda da bancada sindical no Congresso Nacional, o que resultou na derrota da visão dos trabalhadores na Reforma Trabalhista, procuramos entender por que os trabalhadores estão deixando de votar nos líderes sindicais.
O trabalhador aspira a melhoria da sua qualidade de vida, em todas as dimensões. Não apenas durante o seu trabalho dentro da empresa, ou nas relações de trabalho com os empregadores, com os próprios companheiros e outros agentes intervenientes.
Essas aspirações transcendem o emprego, envolvendo as condições de locomoção entre "casa-trabalho-casa", seja no tempo gasto, como na qualidade dos serviços, as condições de moradia, as condições de alimentação e saúde, incluindo as condições do clima, o acesso ao consumo e outros elementos da sua vida cotidiana.
Os sindicatos como a principal instituição de associação dos trabalhadores não os atende, por não terem conseguido ultrapassar os portões das fábricas e de outras portas. Continuam presos às relações de trabalho dentro da empresa, sem cuidar dos demais interesses e aspirações dos trabalhadores. Inclusive dos trabalhadores por conta própria.
Por permanecerem nesse âmbito restrito, os líderes sindicais perderam os votos dos trabalhadores, canalizados para outros candidatos que propõe ou prometem cuidar das demais dimensões da vida do trabalhador. 



sexta-feira, 27 de julho de 2018

De cima para baixo ou o inverso?

A campanha eleitoral pela televisão é um processo de convencimento do eleitor pelo discurso e imagem, caracterizando-se por ser de cima para baixo. O candidato a Presidente influenciaria o voto do eleitor para os demais cargos. 
O principal risco do candidato é desperdiçar o seu tempo, tentando converter os convertidos. 
As eleições de 2018 vão ser decididos pelos "não convertidos", caracterizados nas pesquisas ou análises como indecisos ou indefinidos. 
Os que tem pouco tempo não terão oportunidade para o discurso: só a imagem, o que dependerá do seu carisma pessoal.
Os com mais tempo tendem a desperdiçar os recursos.
O processo principal de conquista dos votos dos eleitores não convertidos será de baixo para cima, a partir das bases locais, mediante a mobilização das lideranças locais e do "exército" de cabos eleitorais.
Apesar da limitação de recursos que restringirão o tamanho desse exército e as eventuais "compras de votos", as bases locais que tem o contato direto com  o eleitor serão o decisivo no sentido de influenciar o voto desse. O eleitor não convertido ou indeciso será influenciado de forma objetiva na figura de uma lista de todos os votos que ele deve marcar na urna. A tal "colinha". 
Todos precisarão levar uma "colinha". Que poderá ser organizada pessoalmente ou receber "pronta", pelas mãos dos influenciadores de voto. 

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Eu bem que avisei (kkk)

Diante dos últimos acontecimentos políticos, recoloquei na parte de artigos, dois escritos, um em maio e outro em junho, antecipando que o elemento decisivo das eleições presidenciais de 2018 seria o Centrão. 
"Não deu outra", para tristeza e desesperança da sociedade organizada. 
Acabou a ilusão da "renovação política".

sábado, 14 de julho de 2018

Mobilização nacional

A Copa do Mundo tem o dom de promover mobilização nacional. Não só no Brasil.
Segundo a visão estratégica, a razão é simples. Cada seleção nacional precisa vencer sucessivamente, uma série de "inimigos". Cada qual numa batalha. 
Não são propriamente inimigos, mas apenas adversários. Mas oponentes, em campo, e representando também uma nação.
A disputa com o "inimigo" mobiliza a nação. Ganhando cria um clima de euforia. Perdendo, simplesmente "volta ao normal".


Tem a nação brasileira alguma outra batalha capaz de promover a mobilização nacional?
Que "inimigo" precisa enfrentar e vencer?

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Todo mundo é contra a corrupção .... dos outros

Há uma percepção clara que a insatisfação do de todo o povo com a corrupção é generalizada. 
É um sentimento unânime. Mas com uma pequena, mas decisiva qualificação. Todo mundo é contra a corrupção. 
Mas dos outros. As suas e dos seus sempre tem alguma justificativa para ser e continuar sendo praticada.
Lula pode até ser corrupto, mas para os seus adeptos, seria justificável: foi por um "bom propósito", ou por um "bom motivo".
Em suma, a rejeição à corrupção será predominante e unânime, mas pouco afetará as decisões dos eleitores e os resultados. Muitos e muitos corruptos continuarão sendo votados e eleitos: "Rouba, mas nos atende". Será o novo lema, substituindo o "rouba, mas faz". 

quarta-feira, 27 de junho de 2018

O medo dos pragmáticos

Os candidatos a deputado federal, pragmáticos, tem como objetivo, acima de tudo, "se eleger".  E os que já o conseguiram anteriormente querem serem reeleitos. 
Para tal sabem que precisam conquistar o voto dos eleitores. Precisam manter ou ampliar os votos do seus redutos eleitorais, o que poderá não ser suficiente para a sua reeleição. Precisam de votos em outras comunidades mediante acordos locais e apoio da máquina partidária ou governamental.
Em 2018, a tendência é manter os mesmos mecanismos, porém reduzidos, em função das restrições de recursos. A preocupação é cortar custos e poucos terão capacidade de inovar.


Os pragmáticos - com toda razão - estão preocupados e com medo de não serem reeleitos, com a carência de recursos oficiais para as suas campanhas. Irão apelar para mecanismos ilícitos, assumindo os riscos criminais e eleitorais? Ou serão superados pelos programáticos com mecanismos inovadores para tirar os votos dos pragmáticos?

Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...