Uma globslização duvidosa

O futebol brasileiro é um caso evidente de globalização da economia brasileira, com ampla inserção de suas diversas partes em várias equipes em diversos países no mundo, em transações de alto valor, nem sempre devidamente contabilizadas.
Na hora da montagem do produto final, ou seja, de uma seleção brasileira para disputar campeonatos mundiais ou continentais.
Depois de uma fase de muito sucesso, assim como a economia brasileira, entrou em decadência e sucessivamente perdeu as oportunidades de ser um hexa campeão mundial, depois de ter conquistado o penta em 2002, ano da primeira eleição de Lula. Coincidindo o ano de Copa do Mundo, com o ano de eleições, com a final em no meio do mês de julho, dois meses e meio antes da data do primeiro turno das eleições gerais no Brasil, há sempre a expectativa de que o resultado da seleção brasileira influa no pleito, principalmente em relação às eleições. 
Para o Presidente da República, em exercício, levantar a taça seria um grande trunfo para a reeleição ou para a eleição do seu candidato ao cargo. 
Em 2006, na Alemanha, a equipe da CBF, que representa o Brasil, ficou nas quartas-de-final a ser derrotado pela equipe da França, que veio a se consgrar campeã do mundo, ao derrotar a equipe da Itália, na final. Mesmo assim, Lula, um conhecido aficionado do futebol e radical torcedor do Corinthians, foi reeleito. Derrotando o ex-Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que nunca se mostrou entusiasmado pelo futebol, 
Em 2010, a equipe brasileira voltou a fracassar. Na África do Sul, ficou nas oitavas de final, ao ser derotada pela equipe holandesa. Mesmo assim, Lula e o PT conseguiram a eleição de Dilma Rousseff, sem clube de preferência destacada, dividindo-se entre clubes de Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Venceu o palmeirense José Serra. 
2014, com a Copa do Mundo da FIFA no Brasil, as perspectivas eram de que a reeleição de Dilma estaria certa, com a conquista do título pelo Brasil e seria derrotada, em caso contrário.
Inicialmente alheia, mais próxima da realização do evento Dilma assumiu um importante protagonismo, criando um regime diferenciado de contratações, para as obras da Copa, o que foi posteriormente ampliado para as demais contratações públicas. Deu todo o apoio à construção dos estádios, através do BNDES e benefícios fiscais. Posteriormente se detetou que as contratações estavam vinculadas a interesses "não republicanos", o que levou à prisão importantes executivos de construtoras e também políticos, como ex-governadores. As dívidas da Odebrecht tomadas para a construção da Arena Corinthians, em Itaquera São Pulo, foram o estopim para o pedido de recuperação judicial do conglomerado.
A seleção brasileira foi "atropelada" pela alemã, dentro do Mineirão, na semifinal, mesmo com a torcida de Dilma, presente ao estádio, sob vaias. 
Não obstante a humilhante derrota, Dilma foi reeleita três meses após, desmentindo a forte dependência das eleições presidenciais, dos resultados da equipe brasileira na Copa da FIFA.
Em 2018, com a equipe brasileira desacreditada  ainda chegou às quartas de final, mas foi derrotada pela belga. A equipe da França derrotou a belga e no final a surpreendente Croácia, tornando-se mais uma vez campeã do mundo, no torneio da FIFA. Não foi tema das campanhas presidenciais. 

No continente, o Brasil com 8 títulos, atrás do Uruguai e Argentina, havia conquistado seu último título em 2007, no primeiro ano do segundo mandato de Lula. Em 2011, na Argentina,  ficou nas quartas de final, perdendo nos penalties, onde nenhum jogador conseguiu marcar, para o Paraguai. Um grande vexame. A Argentina, dona da casa, também ficou nas quartas, ao perder - nos penalties - para o Uruguai, que sagrou-se campeão ao vencer a equipe do Paraguai.
Em 2015, a equipe do Chile, sede do torneio, sagrou-se campeã ao derrotar a Argentina, na final, nos pênaties.  O Brasil, mais uma vez ficou nas quartas-final ao ser derrotada pelo Paraguai, nos penalties, mesmo tendo convertido 3 cobranças. 
Na política, nessa mesma época (junho/julho) Dilma enfraquecida, pela crise econômica, sobrevivendo a custa de "pedaladas" no orçamento, não houve nenhuma conexão com o futebol.
Já Bolsonaro, mais ligado às preferências populares, engajou-se como torcedor ativo da seleção brasileira, participando da abertura da Copa América, no Morumbi - SP, acompanhou a vitória do Brasil sobre a Argentina, no Mineirão e foi à final, no Maracanã.  Acreditou na seleção e foi a campo entregar a taça. Ao contrário de outros e outra, não levou azar para a seleção da CBF e faturou o título. Foi aplaudido e também vaiado.
Agora até 2022 há um longo caminho de classificação. A conquista da Copa América ainda não gera suficiente segurança para a torcida brasileira. Ainda há várias incógnitas. 
Aqui a questão é se o desempenho da seleção afetará o desempenho político de Bolsonaro? 
Por razões climáticas, a Copa de 2022 no Catar será em dezembro, após a realização das eleições presidenciais. Bolsonaro, se candidato à reeleição, não terá a vantagem ou o ônus do desempenho da seleção da CBF.

(cont)

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