Pedra no caminho ou motor de partida do desenvolvimento?

Dentro do imaginário popular, há o imaginário do mercado, isto é, dos agentes investidores e produtores, que como todo o povo toma decisões e realiza ações, com base em mitos e crenças.
O grande mito do mercado é a reforma da previdência, que pode ser visto como uma pedra no caminho do crescimento econômico ou um motor para dar partida ao crescimento.
A versão predominante até pouco tempo era de que o Brasil tinha retomado o rumo do crescimento, mas estava contido com uma pedra no meio do caminho: o déficit previdenciário. A crença difundida foi de que removida a pedra, o crescimento voltaria a fluir e, em termos numéricos, levaria o PIB a uma elevação acima de 3%, no ano.
O enfraquecimento da tendência, trouxe uma outra versão ou narrativa: a reforma da previdência seria o motor de um novo ciclo de crescimento, baseado numa economia liberal. Mais um mito.
Paulo Guedes é o principal gerador dos mitos, pela sua obsessão em "liquidar" com o nacional crescimento que ainda domina a economia brasileira e promover a implantação de um modelo liberal que teria como elemento fundamental a capitalização individualizada, privativa e de gestão privada da previdência.
Significa que cada pessoa deve poupar parte do que ganha, para formar reservas para a sua aposentadoria futura. Esses reservas são individualizadas e formadas exclusivamente das poupanças individuais, sem aportes adicionais dos empregadores ou do Governo. As reservas são alocadas a fundos geridos pelos bancos e outras instituições financeiras.
A crença é que retirando o encargo da previdência das contas públicas é possível reduzir os impostos e estimular os investimentos e produção dos agentes privados.

A circunstâncias atuais indicam que o mercado não acredita mais nesses mitos.

A retomada do crescimento dependerá do abandono pelo mercado das decisões políticas, sem esperar por grandes mudanças e dar sequência e ações dentro do quadro legal existente.

Enquanto o mercado ficar na crença de que a economia brasileira precisa de reformas estruturais para crescer, não vai crescer.

(cont)

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