Mostrando postagens com marcador Legado da Copa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Legado da Copa. Mostrar todas as postagens

sábado, 14 de julho de 2018

Mobilização nacional

A Copa do Mundo tem o dom de promover mobilização nacional. Não só no Brasil.
Segundo a visão estratégica, a razão é simples. Cada seleção nacional precisa vencer sucessivamente, uma série de "inimigos". Cada qual numa batalha. 
Não são propriamente inimigos, mas apenas adversários. Mas oponentes, em campo, e representando também uma nação.
A disputa com o "inimigo" mobiliza a nação. Ganhando cria um clima de euforia. Perdendo, simplesmente "volta ao normal".


Tem a nação brasileira alguma outra batalha capaz de promover a mobilização nacional?
Que "inimigo" precisa enfrentar e vencer?

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Resultados econômicos dos grandes eventos

As autoridade gastam com a promoção de grandes eventos , sob a alegação ou esperança de que a sua realização gere mais renda para a economia local. 
Foi com base nessa esperança ou ilusão que o Governo Brasileiro trouxe para o Brasil a Copa do Mundo da FIFA de 2014 que resultou num enorme fracasso econômico e futebolistico. 
Além da derrota por 7 x 1 da Alemanha, o PIB em 2014 se retraiu e a responsabilidade foi atribuida aos feriados durante a Copa.
Agora com o retumbante sucesso do carnaval de rua, as autoridades querem se creditar desse resultado, mostrando supostos fantásticos ganhos da economia da cidade. 
O que pode ser creditado, como inegável, é o gasto de turistas na cidade. Como a própria Prefeitura de São Paulo divulga, a cidade recebeu 40 mil turistas durante o Carnaval. Se deles decorresse o ganho alardeado de 400 milhões de reais, cada turista teria gasto na cidade, R$ 10.000,00, o que está muito acima da média.
Para chegar aos 400 milhões é preciso considerar os gastos da população local, específicos com os blocos. Se foram 2 milhões de paulistanos seguindo os blocos, o gasto médio teria sido de R$ 200 o que é pouco provável, numa época de crise.
Dos gastos de R$ 20 milhões para promover o carnaval de rua  apenas uma pequena parte retorna aos cofres da Prefeitura. 

Sem dúvida há um ganho para a economia da cidade. Ou melhor, uma perda menor para a economia da cidade. Quando 2 ou mais milhões de pessoas fogem da cidade, na epoca de carnaval, indo gastar em outras localidades, a permanência de metade dessa população na cidade, mesmo que gastando pouco é uma perda menor. 

Na falta de metodologia consistente as autoridades jogam com os números que querem e os incautos ou trouxas acreditam e repetem.   

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Quem vai pagar a conta?

Mesmo  com os impactos concretos da realização da Copa da FIFA no Brasil, positivos em parte e negativos de outro, os Governos procuram manter um otimismo perverso e iludir a sociedade
a um ano do inicio das Olimpiadas de 2016.

Anunciam impactos positivos sobre o PIB, escondendo o que Governo e economistas disseram no inicio deste ano sobre a frustração de crescimento do  PIB em 2014. A culpa toda foi da Copa, em função dos feriados, reduzindo a produção industrial e os dias de compras.

O maior legado da Copa de 2014 foi uma imensa dívida dos Estados e Distrito Federal que insistiram em sediar os jogos e  estão com um elefante branco imponente e ocioso ou arenas deficitárias em que mesmo com grandes públicos e entregues ao setor privado é o Governo quem tem que pagar as dívidas com o BNDES.

O principal legado prometido para a sociedade que seriam as obras de mobilidade urbana foi frustrado, com obras inacabadas e outras nem iniciadas. Quando os Governos Municipais e Estaduais se deram conta de que a montanha de dinheiro prometido pelo Governo Federal não era de graça, mas empréstimos da Caixa Economica recuaram.

O Rio de Janeiro, pós Olimpíadas vai ficar com um monumental conjunto de elefantes brancos e uma enorme dívida que vai recair sobre os contribuintes cariocas.

Os investimentos não tem retorno próprio e os empréstimos terão que ser pagos no futuro com o dinheiro dos impostos. Os novos Prefeitos, sem caixa suficiente terão que aumentá-los.

Quando a conta chegar o arrependimento será inútil.



sexta-feira, 5 de junho de 2015

Globalização e pandemia de corrupção

(AFP / Kauan Oliveira de Lima)
O fascínio exercido pelo futebol em toda a humanidade, com bilhões de crianças, jovens e adultos buscando dominar uma bola com os pés, deu origem ao maior fenômeno globalizado da era moderna. Pode ser sintetizado pelo seu evento máximo: a Copa do Mundo da FIFA, realizada a cada 4 anos.

Envolve uma organização ampla e complexa que tem na base, os clubes de futebol. Seguem uma estrutura hierárquica de federações, confederações nacionais e regionais que culmina na organização mãe que é a FIFA. Uma organização internacional com mais países integrantes do que a ONU.

A maior marca mundial que envolve outras grandes marcas globais. Coca-Cola, Nike, Adidas, Visa,  e outras grandes marcas de penetração mundial participam do processo.

Esse esquema traz junto dele o vírus da corrupção, que se manifesta silenciosa e quase clandestina. Agora essas práticas estão sendo evidenciadas, indicando que a corrupção é uma pandemia que envolve todos os modelos civilizatórios.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Legado da Copa 2014

Quando o Brasil foi escolhido ainda em 2008, como sede da Copa do Mundo de 2014, confirmando um critério de realizar as copas de 2010 e 2014 em países emergentes, grandes expectativas foram criadas. 


O resultado em junho, julho de 2014 beirou ao desastre quase total.

O PIB não só não cresceu os 3,5% adicionais, como ficou estagnado. E a Copa do Mundo foi apontada como a grande culpada pelo fracasso do PIB, por conta de meia dúzia adicional de feriados.


Estádios ficaram prontos, mas carregando grandes dívidas, as obras de mobilidade urbana não ficaram prontas, os turistas que vieram foram os vizinhos , gastando muito pouco ea seleção da CBF amargou um 1x7.

Como as esperadas manifestações de contestação foram contidas, avaliou-se que a organização foi exemplar.
Diante da frustração de expectativas, o Governo e a FIFA acenaram com os benefícios do "Legado da Copa".

Para a FIFA foi muito boa, com um lucro nunca antes obtido. Para ela a Copa no Brasil foi realmente a "Copa das Copas", deixando as dívidas a serem pagas pelo Brasil.

A Justiça Norte-americana, da mesma forma que a Justiça paranaense, puxando o "fio da lavagem de dinheiro", vai evidenciar um mega esquema de corrupção na FIFA, mas que o desenrolar do fio vai mostrar uma grande concentração de operações atípicas ou "malfeitas" na CBF e de seus ex-dirigentes junto à FIFA.

E com elas o uso de parte  dos recursos apropriados a políticos para evitar investigações. Que agora tornaram-se irreprimíveis. 

Vai sair muita lama no Congresso.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Car wash

Depois da Operação Lava Jato, ou "Car wash", segundo os norte americanos, a Operação Copa das Copas, ou denominação similar vem ai.
Uma bomba reprimida durante muitos anos pela "bancada da bola". Agora com as investigações do FBI e prisão de dirigentes da CBF e da FIFA, será difícil de conter.
Ricardo Teixeira tem um grande desafeto no Senado que, sentindo-se traído, depois de usado durante a escolha do Brasil como sede da Copa. 
Romário dessa vez poderá ter mais sucesso o que coloca a política brasileira em novo alvoroço.
O esquema do "petrolão" envolveu, principalmente, cúpulas partidárias, cercadas com grandes blindagens, que pouco a pouco vão caindo.
A "bancada da bola" é formada, principalmente, pelo baixo clero, supostamente irrigada diretamente com os recursos que ora o FBI está confirmando. Não são novidades, mas sempre foram abafadas. 
A crise política vai se agravar.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Imagine na Copa: sonhos desfeitos

Com as notícias sobre os bilionários lucros da FIFA em contrapartida às igualmente bilionárias dividas do país, com a realização da Copa em 2014, republico esse texto.

Em outubro de 2007 o Brasil alcançou um grande sonho: conquistou o direito de sediar a Copa do Mundo de Futebol Profissional Masculino da FIFA, ou mais simplesmente a Copa do Mundo, no Brasil. Outros Presidentes haviam tentado, sem sucesso. O continente americano já havia recebido a Copa em outros momentos, mas o Brasil, desde 1960, não sediava nenhuma das temporadas, que são realizadas a cada 4 anos.

As circunstâncias eram favoráveis, em função do rodízio por continente, previsto pela FIFA, mas Lula não quis deixar escapar a oportunidade. A Colômbia havia declinado. O México não era concorrente, mas era sempre uma alternativa, assim como os EUA.

A partir da decisão em cerimônia em Zurich, sede da FIFA, na Suiça, novos grandes sonhos foram gerados.

A FIFA sonhou com a Copa das Copas. Realizando a no Brasil, o país do futebol, com quase 200 milhões de habitantes e uma economia em crescimento, poderia obter lucros nunca antes alançado, com um valor mínimo de investimentos que seria "empurrado" para o Brasil.

Lula sonhou com toda a sociedade irmanada em torno da Copa, esquecendo, por alguns momentos, todos os problemas, para participar da maior festa nacional, nunca antes ocorrida, e torcendo pela seleção brasileira de futebol. Ajudaria o projeto de poder do PT, com a manutenção ou reconquista do poder, com as eleições que ocorreriam logo depois. E ele seria aclamado como o grande herói nacional, reconhecido internacionalmente, como o novo Nelson Mandela. Seria o coroamento do projeto de eliminação da pobreza, da superação da desigualdade social e do reconhecimento do país como uma economia desenvolvida. 

Para o torcedor brasileiro, supostamente a maioria da população do país, era oferecido o sonho de revanche da enorme frustração nacional que foi a perda da Copa em 1950, em pleno Maracanã. O estádio, devidamente reformado, seria o palco da sexta conquista da Copa. O sonho maior seria com uma vitória sobre a Argentina. Mas serviria repetir a vitória contra a Espanha, como veio a ocorrer na Copa das Confederações. E se o Uruguai conseguisse chegar à final contra o Brasil, a vitória seria ai mesmo a grande vingança. Sonhar era possível e necessário para manter a luz das esperanças, que tem dominado as mais recentes eleições gerais. 

Com todas as condições favoráveis, com o pleno apoio de toda população brasileira, o Governo achou que poderia atender a todas as exigências da FIFA e essa foi aumentando sucessivamente as mesmas, caracterizando um "padrão FIFA" cada vez mais rigoroso, requerendo maiores gastos por parte do país. Todas as concessões solicitadas pela FIFA, foram atendidas, pelos governos, com o argumento de que sem esse atendimento a FIFA levaria a Copa para outro país e o Brasil perderia uma excepcional oportunidade. 

Deu quase tudo errado e a poucos dias do início da Copa, os sonhos estão se desfazendo, restando apenas a conquista do "caneco". 

Eu também tive o meu sonho com a Copa, e a mais de dez anos, dediquei grande parte do meu tempo em interpretar, difundir a realidade da Copa da FIFA e a propor medidas para o melhor aproveitamento da oportunidade.

Ajudei a organizar diversos eventos sobre a Copa, viajei pelas cidade candidatas e depois as escolhidas diversas vezes, escrevi no blog, no portal da Copa, ajudei em palestras e entrevistas dos dirigentes do SINAENCO - o sindicato da arquitetura e da engenharia consultiva -  que proporcionou essa oportunidade.

Os sonhos foram sendo desfeitos um a um - ao longo dos últimos sete anos - e agora, às vésperas do apito inicial e, com mais 30 dias, o apito final, só restam reflexões sobre a oportunidade perdida que não se repetirá proximamente.

Reunimos neste opúsculo alguns dos artigos escritos em 2013 e neste começo de 2014 sobre a Copa, para tentar explicar porque os sonhos não vão se realizar, incluindo os meus.

O meu sonho, ainda na primeira década do século XXI era contribuir, pela força das informações e da sua interpretação, para que o Brasil aproveitasse a oportunidade para promover a grande transformação das cidades-sede, como Barcelona a fez com as Olimpíadas de 1992.

Estive em Barcelona, pela primeira vez em 1993 e vi e percebi o legado das Olimpíadas, que não ocorreu por acaso, mas de forma planejada. Não eram as magníficas instalações, algumas com pouco uso, mas uma grande  transformação urbana.

Voltei algumas outras vezes e percebi que aquela transformação era apenas inicial, seguindo por todos os anos. 

A última foi em 2012, com a Espanha já ingressando na crise econômica. Barcelona ainda resistia e estava lotada de turistas, de todas as nacionalidades. Só passei ao largo da Sagrada Família. As filas viravam quarteirões. Muito diversamente de quando visitei nas ocasiões anteriores. Barcelona se transformou numa das principais atrações turísticas mundiais. A sua economia tem base no turismo internacional.

A orla marítima inteiramente modernizada mantendo, no entanto, tradições. O meu restaurante preferido, o Sete Portas, continua lá. 

Porto Madero, em Buenos Aires, que encanta os urbanistas como projeto de revitalização urbana equivale a uma pequena fração da revitalização da orla marítima de Barcelona.

Ainda em 1993 percebi a estratégia adotada e procurei entendê-la e acompanhar, dentro do possível a sua evolução. Primeiramente, percebi que ela foi planejada seis anos antes das Olimpiadas, como parte do objetivo do Governo Espanhol em transformar o país num grande polo de atração turística, utilizando os grandes eventos mundiais para tornar a Espanha conhecida, sendo incorporada ao Plano de Governo. Levou para o país a Expo Mundial 92 para Sevilha e as Olimpiadas para Barcelona, com investimentos financiados, em grande parte, pela Comunidade Européia.

Juntamente com o planejamento das obras para a receber os eventos esportivos formulou um amplo plano de renovação urbana, esse a cargo da municipalidade de Barcelona.

A Vila Olimpica, para alojar os atletas,  foi planejada para substituir uma área deteriorada e tomada por invasões por população de baixa renda. A idéia era criar um novo bairro, o que efetivamente ocorreu. 

O "caso Barcelona" está sempre presente nos discursos das autoridades que defendem a hospedagem de grandes eventos, mas poucos se dedicam a planejar a sua efetivação, como fizeram os catalões.

Eu sonhei que o Brasil poderia replicar o exemplo de Barcelona, planejando um grande salto para o turismo internacional no Brasil, com a Copa do Mundo. Posteriormente o Brasil conquistou o direito de sediar as Olimpiadas de 2016. Um grande erro, levado pela euforia de um Brasil entre as maiores economias mundiais.

Foram sucessivas frustrações. O Brasil não planejou estrategicamente para obter os benefícios de sediar a Copa da FIFA. 

Demorou para definir as cidades, as obras essenciais para a Copa e não cuidou dos aspectos complementares para atrair e receber os turistas, durante a Copa e ainda criar um legado de um grande fluxo permanente de turistas estrangeiros pós-Copa.

Desde 2007 alertamos que a Copa é um dos maiores eventos midiáticos mundiais, com um enorme público a acompanhando pelas suas televisões, e uma ampla cobertura pela imprensa. Essa cobertura vai além do evento esportivo, mas abrange todos os aspectos do país. A imprensa mundial busca e mostra aos seus leitores e visi-audientes as vitrines, como as vidraças brasileiras.

O meu sonho não se realizou. Pior, parece ter se tornado um pesadelo.



sábado, 31 de janeiro de 2015

Uma manada de elefantes coloridos

Que os estádios de Manaus, Cuiabá e Brasília seriam elefantes brancos, depois da Copa era aposta certa. Natal era séria candidata. Mas dos demais esperava-se que "se dariam bem". Não estão dando, e agora que começaram os campeonatos estaduais as situações incômodas estão ficando evidentes. O Maracanã não quer receber os jogos do estadual e prefere ficar ocioso a receber jogos, com prejuizos. É um caso típico de "elefante branco" ocioso, mas consumindo pouco para ser usado e apresentado somente nos grandes eventos: as finais dos campeonatos. No caso, torcendo para que o Flamengo seja finalista.É o único jeito de encher o Maracanã, e mesmo assim a preços populares.

Fortaleza,  Recife e Salvador,  todos sob gestão privada, insistiram para os clubes locais jogarem no estádio, firmando contratos exigindo o seu uso, com contrapartidas de adiantamentos financeiros, e agora também querem se livrar dos ônus. Fortaleza bate os recordes de públicos, superando 60 mil espectadores em jogos decisivos, mas no estadual se juntar mais de 6 mil será muito. Todos contam com os shows para compensar e obter os retornos econômicos. 

A amortização dos financiamentos do BNDES estão sob risco.

O Mineirão é o único que mantém uma média elevada de público, com os jogos do Cruzeiros e eventualmente do Atlético Mineiro (em jogos decisivos). Apesar do público e das receitas dos jogos, o padrão europeu estabelecido no contrato de concessão faz com que o Estado tenha que complementar sempre a receita da concessionária. O estádio não é nem será um elefante branco, mas um péssimos negócio  do Governo do Estado.

Sobraram os estádios privados. O Itaquerão vai bem, mas o Corinthians só vê a cor do dinheiro, porque passa por ele, mas não fica. Vai tudo para pagar as dívidas. 

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Profecias auto-realizadas

A Presidenta vem repelindo, com a sua habitual irritação, as previsões pessimistas do mercado e de analista políticos, contrapondo a essas o que ocorreu com a Copa.
As previsões pessimistas foram de que "ia dar tudo errado", maculando a imagem externa do Brasil e causando a maior vergonha:

  • os estádios não iriam ficar prontos, levando ao cancelamento de alguns obrigando a remanejamentos;
  • as obras de mobilidade urbana não ficariam prontas, gerando problemas de mobilidade e de acesso aos estádios;
  • nos dias de jogos as cidades iriam parar, com os congestionamentos;
  • o comércio teria perdas com os feriados e restrições nesses dias;
  • as obras dos aeroportos não ficariam prontas, gerando caos com o maior afluxo de turistas;
  • haveria brigas dentro dos estádios, entre as torcidas, com quebra-quebras;
  • haveria tumultos fora dos estádios, com os anti-copa e os black blocs promovendo manifestações que acabariam em vandalismo;
  • a falta de segurança generalizada afastaria os turistas, com grande volume de cancelamentos;
  • a elevação dos preços dos hotéis e dos restaurantes e dos produtos em geral ampliaria a impressão de que o Brasil é um país caro, para os turistas estrangeiros;
  • muitos turistas viriam atraidos pelo turismo sexual e, finalmente, 
  • a seleção da CBF não passaria das oitavas de final: mesmo que passasse da primeira fase, seria derrotada pela Espanha ou pela Holanda.
Muito das previsões pessimistas se efetivaram, mas foram abafadas pelas ocorrências favoráveis que geraram uma imagem positiva de organização da Copa da FIFA.

Os estádios não ficaram inteiramente prontos, mas com o essencial para a realização dos jogos. A falta do padrão FIFA foi abafada e esta teve que desembolsar -  a contragosto - o seu dinheiro para completar instalações temporárias. Não houve necessidade de nenhum remanejamento.

Das obras de mobilidade urbana programadas apenas uma pequena parte foi concluída à tempo, mas não causaram grandes transtornos a não ser em algumas cidades, como Natal. 

As obras dos aeroportos não ficaram prontas, com algumas exceções. Não houve caos e as que ficaram prontas tiveram subutilização porque os turistas de negócios que são os principais usuários dos voos aéreos deixaram de vir.

As manifestações contra a Copa foram abafadas por ação preventiva e repressiva das autoridades de segurança.

Muitos compradores prévios de pacotes da Match cancelaram os seus pedidos, dando origem à comercialização paralela de ingressos dos jogos das fases finais.

Mas acabaram vindo mais turistas do que o esperado, dada a invasão dos "hermanos" da América do Sul e também dos mexicanos. Mas foram os europeus que chamaram mais atenção.

Os turistas estrangeiros ficaram com a impressão de que o Brasil é um país caro e o turismo sexual andou solto, tanto o profissional como o não. 

Os levantamentos vão confirmar que o PIB ao invés de aumentar, como estimava o Governo, vai confirmar as previsões pessimistas, com queda no ano e, especificamente, nos meses de junho e julho.

Finalmente a seleção da CBF acabou passando das oitavas, não tendo que enfrentar nem a Espanha como a Holanda. Avançou na Copa América superando o Chile e depois a Colômbia, mas acabou sucumbindo de forma trágica e vergonhosa perante a Alemanha.

Mas nem a fragorosa derrota perante a Alemanha e depois contra a Holanda, superaram a imagem positiva promovida pelo povo brasileiro que, com a sua alegria e hospitalidade, encantaram os turistas e a mídia internacional que cobriu a Copa no Brasil.

A grande esperança de Dilma, x, é que nas eleições se repita o processo.

Mesmo que as previsões pessimistas sobre a economia e sobre o quadro geral do país se efetivem, o povo votaria pela alegria, pela esperança: e ... nela.

O problema de Dilma "uma mulher à beira de um ataque de nervos" não encarna essa alegria e essa esperança.

Nem os seus principais opositores. 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

O jeitinho como forma de vida

O jeitinho brasileiro salvou a Copa. Só não salvou a seleção da CBF. Agora ela quer dar o seu jeitinho trazendo Dunga de volta. Não vai recuperar o desempenho da sua seleção. 
Ressalte-se aqui que na Copa do Mundo da FIFA quem representa o país é a seleção da CBF, uma entidade, supostamente, privada e sem fins lucrativos.

A Copa no Brasil mostrou que a principal atração do Brasil para os turistas estrangeiros é a forma de viver do brasileiro. Para eles o "brazilian way of life": muita alegria e muita festa.

Para os turistas estrangeiros o Brasil é o "pais do futebol e do Carnaval". Imagem que muitas autoridades queriam esconder e superar por outras. Mas o que atrai os turistas estrangeiros é aquela.

O Brasil precisa assumir a condição de um país com povo alegre, hospitaleiro e festeiro. 

Poderá, com isso, se transformar num dos principais pontos turísticos mundiais, porque essa condição é rara no mundo. 

O Brasil tem praia e sol. Mas isso muitos outros países também tem, com muito melhor infraestrutura. 

Mas brasileiro, bem brasileiro, só aqui. Por obra e graça de Deus (segundo uma velha anedota).

O Brasil precisa aprender com um dos mais espertos baianos, ora comemorando 100 anos do seu nascimento, que fez da sua preguiça um grande negócio.

O Brasil pode transformar o "jeitinho brasileiro" num grande negócio: o que vai dar muito trabalho e precisará de muita dedicação.

O futebol brasileiro era marcado pelo talento e pela alegria. A seleção da CBF foi montado com uma seleção de gente que joga na Europa, ficou emocionado demais no Brasil e nada jogou. 

O Dunga anão era alegre, bem brasileiro. O da seleção continua carrancudo. 

O Brasil precisa de um técnico que promova a alegria, que deixe os seus jogadores jogarem, como sabem. 



sábado, 19 de julho de 2014

Não vai ter Copa

"Não vai ter Copa"... Em 2022 no Catar.
A FIFA tem um grande problema que precisará resolver, no mais tardar, até o final do próximo ano: a sede dos jogos da Copa do Mundo  em 2022.
De momento a sede está definida, mas sob graves suspeitas de corrupção. 
Agravada pelos problemas ocorridos com a comercialização dos ingressos que chega próximo ao coração da direção da FIFA, ela precisará de muito esforço e muita negociação para confirmar a sede de 2022. A maior dificuldade poderá ser com os seus patrocinadores que ficaram muito temerosos com a sua participação na Copa do Brasil, mas acabaram se dando bem. O risco delas é perda de mercado na Europa se a sua marca ficar marcada pela ligação ou até patrocínio da corrupção: "Tome Coca-Cola que já vem com um ingrediente adicional: uma pitada de corrupção".

Enfrentará também a oposição (embora não seja tão forte) das Confederações européias, submetidas a intenso calor em alguns jogos da Copa no Brasil. A promessa do Catar é construir estádios fechados e climatizados. 

Terá ainda a resistência da mídia internacional porque os jornalistas terão que enfrentar percursos não climatizados, ao contrários dos jogadores e delegações que somente circularão em ônibus climatizados. 

A mídia internacional, por enquanto, não é favorável à realização da Copa de 2022 no Catar e tenderá a pressionar a FIFA para mudar o local. A sua grande arma é a difusão das notícias desfavoráveis, como trazer novos casos de corrupção.

Se a FIFA tiver que mudar o local irá buscar um país que esteja preparado para sediar os jogos, sem maiores problemas. 

A China será uma natural candidata, mas precisará se preparar inteiramente, apesar de ter sediada os Jogos Olímpicos de 2008. A sua parte futebolística é apenas um pouco melhor que a do Catar. Mas estão se organizado para se tornar uma potência mundial como fizeram com a economia. Levaram jogadores brasileiros experientes com Aloisio e Wagner Love. E agora o técnico Cuca, com a conquista da Libertadores com o Atlético Mineiro. E agora estão em São Paulo para um programa de intercâmbio.

Os europeus serão naturais candidatos, mas a preparação poderá envolver altos custos que os governantes das economias em crise poderão não desejar. A Inglaterra e a Alemanha seriam as principais candidatas, mas dificilmente a Alemanha seria escolhida, por questões políticas do mundo do futebol.

Os EUA poderiam ser uma forte candidata, dentro da tendência de ampliação do interesse da sua população pelo soccer. Tem enormes arenas multiuso que seriam adaptadas para jogos de futebol, como ocorreu em 1994. 

A política da FIFA não é repetir a curto prazo a sede, mas há um antecedente que é o México que recebeu a Copa de 70 e teve outra em 86, com a desistência da Colômbia. 

Mas diante dos riscos de crise, poderá vir a optar por essa solução e nesse caso o Brasil seria uma alternativa.

Apesar dos percalços e realizou a "Copa das Copas", e tem 12 estádios prontos. A FIFA só precisa de 8. 

Se o Brasil receber a Copa em 2022 terá uma festa maior porque irá coincidir com o bicentenário da sua independência. Com exceção da Bahia. Mas o 2 de julho cairia exatamente durante o período da Copa. 

Já que a Presidenta Dilma se vangloria de ter organizado a Copa das Copas deveria começar a batalhar para ser a alternativa para 2022. Com isso, pelo menos, diluiria os elevados gastos com os Estádio por duas Copas e as obras de mobilidade urbana que foram prometidas para a Copa poderiam ficar prontas. 

sexta-feira, 18 de julho de 2014

O maior dos baianos indolentes

A mística do baiano indolente foi gerado por um dos baianos mais bem sucedidos na história brasileira. Não foi Ruy Barbosa, aclamado pela opinião publicada, mas Dorival Caymmi aclamado também pelo povo. 
Caymmi fez da sua preguiça pessoal e das suas canções a sua fonte de renda, só não ficando mais milionário porque na sua época a economia do lazer não estava tão desenvolvida.
Os seus filhos seguiram a carreira musical, mas com sucesso relativo. Não são indolentes e talvez por isso mesmo. 
O paradigma vendido pela cultura industrial é que o trabalhador precisa trabalhar muito, dar o duro durante muitos anos, ganhar um bom dinheiro, poupâ-lo para poder se aposentar e ficara sem fazer nada. Preferencialmente ir para a praia, gozar do calor e do sol (com os seus refúgios com ar condicionado), só com camiseta (ou sem ela mesmo), bermuda e chinelo de pé. A indolência seria um prêmio, uma compensação pelos anos de trabalho.
Muitos jovens, filhos de pais trabalhadores, acham que devem desfrutar da poupança dos pais, enquanto jovens. Divertir-se, aproveitar logo, e não deixar as festas para quando ficarem mais velhos, sem a mesma disposição.
Nos litorais, como o da Bahia, pode-se encontrar muitos personagens de Caymmi ou de Jorge Amado que não pensam em trabalhar para poder desfrutar, na velhice de uma vida boa, sem nada fazer. Querem tê-la sempre. 
O país precisa ter o trabalhador disciplinado, ativo e produtivo. Mas aqueles que querem gastar as poupanças geram um movimento econômico não desprezível, ainda que marcado por preconceitos. Mais ainda: os gastos dos "indolentes" e "festeiros" transfere uma renda propiciando a formação de novos ricos que vão aumentar o PIB. 
As festas e suporte ao ócio geram muito trabalho e trabalho competente e disciplinado. Gozar do ócio num resort durante alguns dias ou semanas requer um batalhão de serviçais. Organizar uma festa requer muito trabalho de preparação, em geral, com prazos inadiáveis. 

O Brasil teve oportunidade histórica de se tornar uma grande potência industrial, no contexto mundial. Não soube aproveitar, por equívoco estratégico e os principais espaços foram tomados pelos asiáticos. Remanescerá uma indústria, porém de segundo nivel.

A Copa do Mundo mostrou uma nova e importante vocação brasileira: o lazer e o entretenimento, ligados à alegria de viver. Poderá ser o maior legado da Copa 2014. 

Não pode perder mais esta oportunidade histórica. 


quinta-feira, 17 de julho de 2014

O brasileiro gosta de festa

A cultura brasileira de gosto pelas festas, com prejuízo do trabalho organizado sempre foi objeto de críticas e de preconceito: "O Brasil não vai pra frente porque o seu povo é indolente; porque não gosta de trabalhar".

A segunda parte pode ser verdade, mas a primeira não. O Brasil pode transformar a primeira numa grande oportunidade econômica. Foi o que demonstrou a Copa do Mundo da FIFA no Brasil. Os turistas estrangeiros que vieram ao Brasil na época da Copa consideraram o principal fator positivo, a amabilidade do brasileiro e a disposição para fazer e compartilhar a festa com os estrangeiros.

A maior festa foi dos alemães com os baianos. 

O tal "complexo do vira-lata" faz com que o Brasil (principalmente São Paulo) considere a Bahia um estado que não progride porque o seu povo é indolente e só quer saber de festa. E mais, o que se descobriu com os alemães em Cabrália: confirma que o Brasil é um país de índios. 

Mas o que a imprensa alemã e talvez toda internacional percebeu que os "arianos desenvolvidos" aprenderam os pataxós a como comemorar a vitória e mais levaram rituais na sua mala: como dançar provocando os inimigos.

Ao final do jogo, depois de derrotarem a Argentina e receber o troféu o colocaram no chão e dançaram em volta. Uma forma indígena de comemorar a vitória.

Quando chegaram de volta a Berlim desceram do caminhão e foram para a rua para responder a uma provocação dos argentinos que os chamaram de gauchos, para não dizerem "maricón".

Num grupo de seis jogadores andaram curvados para mostrar como andam os inimigos, no caso os argentinos e se levantaram para mostrar como andam os alemães. Mais um rito que aprenderam com os pataxós. Os argentinos, evidentemente, não gostaram. Os cartolas alemães pediram desculpas pelos seus jogadores. Não precisavam. Não entenderam.

Com o sucesso da Copa, promovido pelo povo brasileiro, um dos pilares do projeto nacional deve ser o de desenvolver a "economia do lazer" ou a "economia do ócio", defendido por Masi.

O Brasil deve se mostrar como o maior festeiro do mundo e trazer todos os anos e durante todo o ano, milhares de turistas estrangeiros, cansados do trabalho e da sisudez. Para participar de uma grande festa popular. 

Quer festa? Venha ao Brasil. 

Para fazer festa com esse povo "indolente" que faz o maior carnaval do mundo: não sei se do Rio de Janeiro, da Bahia ou do Recife. 

E também com os índios. 

A grande estratégia para o turismo no Brasil deve ser tornar as suas festas populares em evento internacional. E, com isso, superar o "complexo de vira-lata" de que o Brasil é o país do carnaval. 

A única contestação que cabe é que não é só do carnaval, mas do São João, do Cirio de Nazaré, de Nossa Senhora da Aparecida, do forró, dos rodeios e tudo mais. 

sexta-feira, 4 de julho de 2014

A necessidade do herói

Para o entusiasmo e atenção da população a um esporte não basta o interesse por esse, mas é preciso um herói, uma personagem que chame atenção, seja uma atração, transforme-se numa celebridade.
Assim foi com o autombilismo com Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Ayrton Senna, todos grandes campeões carismáticos. Um outro que era um grande corredor, mas não tinha o mesmo carisma e morreu precocemente, só ganhou o nome do autódromo, mas poucos lembram: José Carlos Pacce. Agora com a má perfomance dos brasileiros que os sucederam, apesar de todo esforço da Global, a audiência e o interesse cairam. 
No tênis ocorreu o mesmo fenômeno, com Guga. 

Nos esportes coletivos o importante é a equipe, mas a mídia precisa endeusar um jogador ou o técnico, para ampliar o interesse popular.

Neste momento, na Copa, o primeiro escolhido é Neymar. Que tem a figura dominadora do pai que o obriga e aos demais a chamá-lo de Neymar Jr. 

Ele tem sido endeusado não apenas porque joga bem. Mas porque tem um carisma midiático. Porque se dispõe à exposição pública da sua imagem à exaustão.


O Brasil sempre teve no futebol uma figura midiática, dentro de um processo interativo entre o jogador e a mídia. Foi Pelé, foi Ronaldão. E o torcedor passa a ser visto como consumidor. Neymar aparece, é buscado pelas campanhas, é exposto porque vende. Ganha milhões, mas o seu patrocinador ganha muito mais.

Depois da Copa, vão chegar as Olimpiadas em 2016. Para manter o interesse do "respeitável público" é preciso endeusar os possíveis vencedores. Sem deuses e deusas o interesse da mídia é menor. 


Tudo passa a ser um negócio.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

A grande ressaca

O clima da Copa é crescente envolvendo cada vez mais pessoas, em quantidade e em profundidade. A Copa da FIFA no Brasil tornou-se uma grande festa internacional, que dificilmente será superada por qualquer outro evento.

Mas como toda festa, depois que acaba traz a ressaca. Espero que ela não chegue no próximo sábado ou no dia 10. Postergada ela chegará, inevitavelmente, no dia 14 de julho, depois de muita alegria ou tristeza.

Haverá condição de evitá-la? Não. É consequência direta da festa. E essa já é inevitável.

O dia seguinte é o da ressaca. Os subsequentes são os mais complicados. É o do retorno à rotina. 

O povo brasileiro gerou uma fogueira, cada vez maior com muito fogo e fumaça. Tudo o mais foi encoberto. Após 13 de julho, o fogo será apagado e as demais questões voltarão a ficar mais visíveis.

Os legados emergirão, tanto os positivos como os negativos.

O maior dos positivos é a grande vitrine da alegria e hospitalidade do povo brasileiro. E sua grande capacidade de transformar tudo em festa.

O fluxo de turistas deverá superar as previsões. Mais de 600 mil turistas estrangeiros  entrarão no Brasil no período da Copa. Muitos entrarão mais de uma vez. Mas os seus gastos não estarão dentro do esperado. O gasto percapita será muito menor do que dos turistas tradicionais no mesmo período. 

A Copa foi transformada numa imensa festa popular. Muitos turistas voltarão ou trarão outros para as festas. O Carnaval será a maior atração brasileira no mundo. O mundo descobriu também as festas de São João, e a quadrilha (a dança). 

Falta uma grande festa no segundo semestre, para atrair o turista.

O Brasil precisa aproveitar a grande oportunidade para trabalhar melhor a sua maior atração em âmbito mundial. Ninguém, no mundo, sabe fazer festa como no Brasil. Ninguém é capaz de criar um clima de alegria popular, como o Brasil. 

Isso significa que o Brasil precisa perder o preconceito de que é o país do futebol e do carnaval. É, inegavelmente. E essa é a sua grande virtude, a sua grande vitrine para mostrar ao mundo.

E não é preciso mostrar as formas físicas das suas mulheres, incentivando - queira ou não - o turismo sexual. A grande marca será a alegria do povo.

E a manifestação coletiva. Seja vaiando nos estádios, seja saido às ruas para protestos, mas principalmente gritando gooool. 

A partir dessa percepção precisa transformar essa virtude em negócio, para gerar renda e trabalho.

Talvez o maior legado da Copa, sejam os ensinamentos da FIFA em como transformar o interesse popular num excepcional negócio. 

A economia da alegria popular poderá ser o novo modelo econômico do mundo moderno, concorrendo com a economia do conhecimento.









Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...