A dianteira do indefinido

As enquetes pré-eleitorais mostram um quadro, nem sempre devidamente considerado. 
Em todas as simulações, o maior número de resposta está em branco, nulo ou não sei. Pode representar tanto uma definição de anular o voto ou uma indefinição. 
Os resultados finais da eleição dependerá das decisões do eleitor, no dia da votação. Ele é o personagem principal. Todos os demais são secundários, até mesmo os candidatos. 

É preciso lembrar que nenhum candidato se elege. Ele é sempre eleito. Não é ele - o candidato - que decide se quer ou não se eleger. O único poder efetivo, que depende só dele é o seu voto: um único voto. 

Pelo menos um terço dos eleitores não sabe em quem vai votar ou até mesmo se vai votar. 

Os definidos estão à frente nas pesquisas: Bolsonaro, Marina e Ciro. Já tem assegurada a candidatura pelo controle sobre as decisões partidárias. 

Os dois principais partidos que de há muito disputam as eleições presidenciais não tem ainda o candidato definido.

No PT, Lula quer ser candidato, a direção partidária não ousa contrariá-lo, embora venham tentando convencê-lo de buscar uma alternativa própria. Lula será o candidato do PT, concorrendo "sub-judice". É a sua estratégia, que levará até o extremo. A sua estratégia é eleger o Vice-Presidente. A perspectiva mais provável é Fernando Haddad. 

Mas se Lula não sair candidato e apoiar outro nome do PT, que poderá ser o mesmo Haddad, haverá pouca transferência de votos. Apesar de pesquisas orientadas para provar uma pretensa e grande volume de transferência.

A perspectiva mais provável é que  vermelhos terão poucos votos, na eleição presidencial. Mas se Lula conseguir aparecer com a sua foto na urna eletrônica, passará para o segundo turno e nesse poderá ser vitorioso. Não poderá assumir porque as decisões judiciais o impedirão. Mas terá obtido três vitórias: ser eleito, ser impedido de assumir, caracterizando um "golpe" e eleger o seu indicado. São resultados contraditórios, mas esse é o desejo de Lula, para conquistar e manter o poder.

O lado azul também está indefinido, pela falta de competitividade do candidato indicado. João Dória Jr ainda vem minando a candidatura Alckmin, na expectativa de ser o candidato à Presidência, pelos "tucanos", embalados pelo apoio dos "cabeças pretas e cinzas". 

O principal "cabeça branca" ainda comanda o partido e tem uma visão estratégica (ainda que embaçada) não confiando nas pesquisas urbanas. Entende-se que o fôlego eleitoral efetivo de Dória é curto. E que esse não tem condições de viabilizar as articulações partidárias. 

Com as indefinições dos candidatos dos "principais lados" do eleitorado, a vitória será do "centrão". Não do centro ideológico, mas do centrão fisiológico.

(cont)









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