A renovação da bancada da esquerda
O PT emergiu como uma grande força renovadora, na Câmara dos Deputados, alcançando o auge, nas eleições de 2002, quando juntamente com a primeira eleição presidencial de Lula, alcançou 91 deputados federais eleitos. Na eleição subsequente de 2006, atingido pelo "mensalão", teve uma queda, com 83 eleitos. Alguns ex-petistas se elegeram por outros partidos. Lula sai incólume e é reeleito.
O PT se recupera em 2010 e junto com a primeira eleição de Dilma, tem 88 deputados federais eleitos. Volta a perder força em 2014, com 69 eleitos, perdendo 19 cadeiras, em relação à eleição anterior. Ao longo da legislatura, vários deputados sairam do PT e, fechada a janela de transferências, em abril de 2018, o PT estaria com 60 ou 61 deputados federais. Teria perdido 10 e ganho apenas um.
Já em 2014, as principais perdas eleitorais teriam sido de veteranos, com a emergência de vários novatos, mas também com alta rotatividade entre eles. Isto é, dos que ficam só um mandato e não conseguiram ser reeleitos.
Assumindo que todos os 60 deputados remanescentes do PT se candidatem à reeleição, quantos serão reeleitos? Os que não forem reeleitos, perderão para outros partidos ou serão substituidos por novos candidatos petistas?
Esses serão novatos "puros", ou serão novatos em início de carreira política, vindo da Câmara de Vereadores ou de Prefeituras Municipais? Os que vem das Assembleias Legislativas, em geral, já são veteranos.
O posicionamento e discurso dos veteranos do PT já são conhecidos e continuam muito vinculado a Lula. Privilegiarão a oposição ao Governo Temer, defendendo a reversão das reformas, principalmente a trabalhista, a libertação de Lula e o direito dele se candidatar. É um "discurso velho" capaz de mobilizar e assegurar o voto dos ativistas, mas aparentemente sem forças para conseguir a adesão dos eventuais adeptos. Esses poderão ser mais influenciados pelos discursos dos outros candidato, até mesmo da esquerda, mas fora do PT. Lula, por condições pessoais, pode obter uma adesão mais ampla, mas também não tem força para convencer os adeptos a votar nos candidatos do PT. Para serem eleitos, tanto os veteranos como os novatos do PT precisarão em cada Estado, de votos além dos ativistas do partido. Só esses não dariam suporte nem mesmo para manter o tamanho da bancada remanescente.
Os novatos ou renovadores de esquerda terão que ir além dos discursos tradicionais. Muitos deles não estão no PT, mas em outros partidos de esquerda, com menos recursos e estrutura partidária.
Com que discursos novos os candidatos de esquerda, principalmente do PT, poderão "seduzir" os adeptos e também os ativistas. Supõe-se aqui que os ativistas tenderão a votar nos veteranos.
(cont)
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