A renovação pela opinião publicada
A opinião publicada abrange um grande contingente da população. Ela acompanha pelos meios de comunicação (mídia) os acontecimentos políticos e é formada pelos "formadores de opinião".
Com a disseminação das redes sociais, seus componentes passaram a ter maior interatividade, ampliando os formadores de opinião. Em contrapartida, deram margem à disseminação de informações falsas (fake news).
No posicionamento político eleitoral, o seu foco são as eleições majoritárias, voltado - digamos 80% da sua atenção - para a eleição presidencial, - outros 15% - para a eleição governamental e - 5% ou menos - para as eleições legislativas.
A principal perspectiva de renovação está surgimento e sustentação de novato "outsider" como candidato viável para a Presidência da República. Ao longo da pré-pré campanha emergiram três candidatos, todos eles desistentes, sem definir - claramente - o seu discurso. O impulsionamento de eventual candidatura foi a imagem.
Sem maior espaço para se apresentaram perante o eleitorado os candidatos novatos baseiam as suas pretensões, num grupo de amigos a partir de relacionamentos pessoais. A rede social permite a esse grupo inicial, buscar adeptos pela difusão das suas mensagens.
Que conteúdo das mensagens ou discurso do pré-candidato à Câmara Federal tem capacidade de sensibilização do eleitorado e obter a adesão efetiva.
Os discursos mais usuais são negativas, isto é, contra alguma coisa: o principal alvo são os políticos atuais, dai as campanhas anti-reeleição.
A predominância do "anti" faz com que os posicionamentos sejam mais ou menos enfático em função da força das correntes contrárias.
A predominância é uma posição não ideologizada, opondo-se às ideologizadas.
Se opõe ao populismo e não se dispõe a fazer campanha nos mesmos termos.
Fora disso, quais são os discursos propositivos? O que emerge é a pauta do mercado.
Os novatos voltados para a opinião publicada, são predominantemente liberais, defendem a privatização das estatais, com variações de amplitude, a boa e ética gestão dos recursos públicos...
Será suficiente para conquistar "corações e mentes" da opinião publicada?
A assertividade pelo contra, pelo anti, pode levar a uma indiferença em relação às eleições legislativas, e na hora de votar, a decisão seria "em qualquer um", alguém conhecido, direta ou indiretamente, ou pela imagem.
O que favoreceria os atuais deputados e os populistas, com base eleitoral própria.
É urgente e já atrasada a definição de discursos mais ativos, ou proativos, mais assertivos dos candidatos novatos, para conquistar a opinião publicada, não ideologizada.
Não bastam posições genéricas, como ser a favor da privatização das estatais, educação e saúde de qualidade, etc.
A opinião publicada é formada - predominantemente pela classe média superior - com grande uso do automóvel, educação privada e plano de saúde.
Consequentemente as suas principais preocupações que afetam o seu dia a dia são os congestionamentos, os custos do ensino privado, assim como a regulação e preços dos planos privados.
Algumas posições são mais genéricas, como mobilidade urbana, qualidade do ensino em geral, mas principalmente do ensino público e universalidade da saúde.
A opinião publicada é a favor da solução dos problemas nacionais, mas desde que essas resolvam o seu problema. Tem visão mais ampla além do que "a vista alcança", mas sempre a partir dos seus problemas e circunstâncias reais.
O posicionamento em relação à mobilidade urbana é a favor de um transporte coletivo público de qualidade. Significa para as pessoas integrantes da opinião publicada, um transporte público suficientemente adequado para elas passarem a usar, deixando de usar o carro particular, seja sob direção própria ou de terceiros.
Enquanto o Poder Público não ofertar esse transporte coletivo de qualidade, tem justificativa para manter o uso do automóvel. Considerando que a maioria da opinião publicada tem recursos suficiente para ter um carro próprio ou para usar os serviços compartilhados.
(cont)
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