"Avançar", significa retrocesso

O Jornal Valor traz hoje a notícia de que áreas do Governo estão propondo um programa de investimentos, em substituição ao PAC, sob a denominação de Avançar.
Trata-se de mais um equívoco gerado por inexperientes ou incompetentes tecnocratas, que continuam "no mundo da lua", baseado em visões ultrapassadas.

Preocupados com o imobilismo do Estado, acham que estimular a realização de investimentos públicos, com conclusão até o fim de 2018, mudaria o cenário econômico.

Mas é um "tiro no pé". Principalmente pela manchete, implicando o Presidente Temer. Ele, por enquanto, não está lançando nada. São propostas de tecnocratas que acham que o imobilismo decorre de obstáculos burocráticos, como o licenciamento ambiental. Ou de "driblar" a lei do teto, gerando exceção para os investimentos propostos, como fez o Governo Lula, em relação à não inclusão dos gastos do PAC na conta do superávit primário. Esses tecnocratas ansiosos e desinformados esquecem que a "lei do teto" é uma emenda constitucional. Até conseguir aprovar uma nova PEC, com a da previdência em risco, o tempo terá se esvaido. Mas, provavelmente, esses servidores públicos que não querem perder os seus privilégios, com a reforma da previdência, estão contando com a não aprovação da PEC da Previdência, e gestando uma alternativa de "impacto".

A esta "altura do campeonato" nenhuma grande obra de infraestrutura a ser contratada, terá condições de ser concluida até o final de 2018. Alguns nem de iniciar as obras, em se tratando de investimentos públicos.

O pior é que a reação do mercado poderá ser negativa. É ver nesse tal de "avanço" um retrocesso. Um retorno às práticas enganosas que trouxeram à crise atual.

O que a sociedade quer é que as "viuvas do PAC" se recolham às suas dores, por muitos anos, e deixem de ficar inventando meios de ressucitar o falecido, com outras denominações e figurinos.

A curto e médio prazo não há condições de usar o investimento público para empurrar o crescimento econômico. 

É uma realidade que precisa ser aceita e incorporada no imaginário público, para a busca de novas soluções.

(cont)

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