Cenários dos próximos passos (8)

O confronto com a Justiça

A estratégia de Lula, com apoio do PT de beligerância com a Justiça, na tentativa de mobilizar a sociedade nacional e mundial, só tem repercussão dentro dos seus adeptos. A cada condenação, a cada derrota, os "lulistas" e "petistas" se convencem mais da versão da perseguição política. Mas a adesão não tem ido além.
Em contrapartida vem gerando forte reação da corporação judiciária, formando um ambiente hostil contrário às pretensões e defesa de Lula. Não terá nenhuma simpatia dos juizes. 
A ameaça de convulsão social pelo impedimento de um candidato que está à frente nas pesquisas, mesmo depois da ratificação da condenação em Porto Alegre, vem se arrefecendo. A perspectiva mais provável é que as manifestações se limitem a pequenos grupos de ativistas. Sem maiores repercussões. Apesar das reclamações dos petistas de que isso não ocorre ou ocorrerá porque a mídia, principalmente a Rede Globo não dará cobertura. 

O problema maior de Lula é que as suas defesas no Judiciário não conseguirão reverter a tendência. E não adiantará contratar um "medalhão". A mobilização social será fraca. Diante desse quadro as demais lideranças políticas de esquerda, estão deixando de considerar a alternativa de Lula candidato e estão se lançando candidatos e começando as pré-campanhas. 

Lula e o PT estão ficando isolados e a candidatura em processo de degenerescência continuada. Está acometida por uma distrofia política.

Tentará reações para sobreviver, dentro de um paradoxo. Sem condições de gerar fatos relevantes para aparecer na mídia, os espaços serão reservados quando de julgamentos na Justiça. Só terá espaço relevante na mídia, nas derrotas. 

A estratégia será do "falem mal, mas falem de mim", para tentar vender a imagem da injustiça.

O mais provável é que o registro da sua candidatura seja impugnada. O que gera um dilema: tentar atrasar a impugnação, para que ele apareça na urna eletrônica, embora os seus votos sejam inválidos ou substituir por outro candidato.

Caso ele permaneça e seus votos sejam anulados, haverá o risco de que um candidato com cerca de 20% dos votos seja eleito em primeiro turno. E quem está mais próximo desse patamar é Jair Bolsonaro.

Somando as abstenções, votos em branco e votos nulos (incluindo os dados a Lula), os votos válidos poderão ficar na casa dos 40% e pouco mais de 20% pode representar mais de 50% dos votos válidos. 

Foi dessa forma que João Dória Jr foi eleito Prefeito de São Paulo. 

(cont) 


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