Ciro, herdeiro dos votos de Lula

Em palestra e diálogo como líderes sindicais da UGT, Ciro Gomes, se colocou claramente, como o substituto de Lula, na corrida presidencial. 
Ao ocupar o espaço não o deixa para alternativas petistas. Embora algumas facções do partido insistam na alternativa "eleição sem Lula é fraude", ou ainda um Plano B do PT. E outros tantos resistem à Ciro Gomes, não o considerando confiável.
Fernando Haddad não se dispõe a concorrer com Ciro, entendendo que o melhor é se compor com ele. Jaques Wagner não vai mudar de rumo. Continua preferindo a disputa pelo Senado, na qual tem maiores probabilidade de eleição e poderá garantir o foro privilegiado por 8 anos.  
Apesar das divergências pessoais, e da manutenção da pretensa hegemonia petista, baseada em suposto adonamento de 1/3 do eleitorado, ao final poderá prevalecer o pragmatismo. O PT precisa do apoio de Ciro Gomes e do PDT para garantir a reeleição de Camilo Santana, no Ceará, Rui Costa, na Bahia e  Jorge Viana no Acre, o que já estaria fechado. No Piaui, o PDT apoia a reeleição de Wellington Dias, mas é um dos poucos casos em que a hegemonia do PT dispensa alianças. E ainda tem pendência em Minas Gerais. 
O PT precisa manter a maior bancada na Câmara dos Deputados e tentar retomar a sua participação no Senado. 
Razões pragmáticas, principalmente de natureza financeira, farão com que o PT mantenha a candidatura Lula ou se alie a Ciro. A sua pior alternativa, em todos os aspectos é uma aventura de Plano B.

Ciro Gomes ocupará apenas parcialmente o lugar de Lula, dentro do eleitorado. A maior parte bandeará por anular o voto, uma segunda irá buscar outras alternativas, emergindo Joaquim Barbosa, como um provável herdeiro do Lulismo e apenas o eleitorado declaradamente de esquerda irá acompanhá-lo. 

Entre eles as lideranças sindicais. Mas a força dessas junto às suas bases está reduzida. 

De toda forma, Ciro Gomes marcará o polo da esquerda, tendo a sua esquerda ainda dois radicais: Manuela D'Ávila e Guilherme Boulos, e à sua direita, como centro-esquerda, Aldo Rabelo. Todos disputando o mesmo eleitorado de esquerda. Que é uma nicho do eleitorado. E que não pode ser confundido com o eleitorado de Lula. Esse sim, mas amplo. 

(cont)

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