Corrupção: o maior inimigo do empreendedorismo

Promover o empreendedorismo no Brasil é jogar o empreendedor nas malhas da burocracia e da extorsão. 

A corrupção é o maior responsável pela alta mortalidade das empresas de menor porte. Embora isso não apareça nas estatísticas, porque poucos ou ninguém declare que perdeu ou fechou a sua empresa em função dos altos encargos e riscos da corrupção: as propinas tornaram inviável a continuidade do seu negócio.

A sociedade tomou consciência, horrorizada com a corrupção nas altas esferas dos Governos, envolvendo grandes construtoras, mas achou que o mal se limitava a elas. Por que foram o foco das diversas fases da Operação Lava Jato. E os envolvidos mais notórios e conhecidos.

Mas a Operação Carne Fraca trouxe outra realidade, ofuscada pelas supostas perdas do Brasil no mercado mundial da carne. O que aconteceu de fato foi uma pequena perda nas exportações, mas conseguiu-se abafar o extenso mecanismo de corrupção dentro das atividades de fiscalização pública, promovida e acobertada pela classe política. 

O que foi detectado pela Polícia Federal se limitou ao Estado do Paraná, com apenas extensão para Santa Catarina e Goiás, mas o "esquema" existe em todo o país. Aparentemente, a operação "abafa" facilitada pela incompetência comunicativa da Polícia Federal, conseguiu conter, por enquanto, a extensão das investigações.

E pode até inibir as atividades extorsivas, que poderão ser temporárias e retornar brevemente se a sociedade não se conscientizar dos fatos e reagir, como tem reagido em relação à Operação Lava Jato.

A Operação Lava-Jato foca os mega esquemas. A Operação Carne Fraca desvendou o esquema de extorsão e corrupção de pequenas e médias empresas. Entre as quais há bandidos que efetivamente fraudam, mancomunados com a fiscalização e as vítimas dos fiscais corruptos. Que aceitam pagar a propina para se manter no mercado. Que não denunciam ou denunciaram para poder se manter em atividade. 

É um circuito perverso para quem quer se manter no mercado. E provoca a saída de muitos pequenos e médios empresários que não aceitam a regra do jogo. Ou quebram em função dessas mesmas regras. Saem calados, na esperança de retornar ao mercado com outro empreendimento. 

Todos os cursos, livros e palestras procuram ensinar aos candidatos a empreendedores a como montar, organizar e gerenciar um negócio. Mas não há nenhum curso que ensine o empresário a enfrentar os fiscais corruptos. 

Como é o "lado negro do empreendedorismo" é mantido escondido, como se não existisse.

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