Damus x Barroso

A prisão de Lula trouxe a tona uma desilustre personalidade que irá contribuir para manter o ex-presidente da República encarcerado por mais tempo. 
Desconhecido da quase totalidade da população brasileira, exceto cerca de 40 mil eleitores que votaram nele para deputado federal em 2014, e mais alguns adeptos e advogados cariocas, Wadih Damous está nas páginas dos jornais, em função da sua proposição de fechar o Supremo Tribunal Federal.

O que Lula e o PT menos precisavam neste momento é ampliar a antipatia do Judiciário com eles. Podiam ter deixado esse papel ao títere de Temer, Carlos Marum. 

Mas as desavenças pessoais de Damous com Barroso, desde os tempos da faculdade, fizeram com que aquele voltasse a sua artilharia verbal contra o colega levado ao STF pelo PT. O responsável pela indicação foi Dilma. Que pode estar se considerando traida. Ela pode ainda se sentir traída por Rosa Weber. Não entenderam que a indicação para o Supremo não é para defender os seus interesses pessoais ou partidários. Para o PT as indicações de Dilma para o STF, segundo essa visão patrimonialista, estaria sendo um desastre. 

Trazendo no seu currículo a presidência seccional da OAB carioca, uma eleição como suplente em 2014, assumindo o cargo pela renuncia de Fabiano Horta, eleito Prefeito de Maricá, e com formação acadêmica na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, em Direito Constitucional, se "acha" na condição de contestar o Supremo Tribunal Federal e, principalmente, o seu ex-colega Luis Barroso.

Diante desse currículo é de se indagar: por que Dilma indicou, em 2013, o seu desafeto Barroso e não a ele, Damous, fiel petista? Estaria reagindo agora, contra a preterição passada?

Com o seu furioso ataque ao Judiciário, propondo fechar o STF, ele só piora as perspectivas de Lula. 






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