Mantendo o pensamento dentro da caixinha, a visão das eleições gerais de 2018 é analisada a partir da eleição presidencial e das alianças em função do tempo de televisão.
É uma visão de "cima para baixo" e que o tempo de televisão será fundamental para a conquista dos eleitores.
O grande risco é gastar o tempo disponível para uma conversa de "nóis com nóis memo", e de tentar converter os convertidos.
As eleições não vão ser decididos pelos convertidos, mas pelos não convertidos, caracterizados como indefinidos ou indecisos.
Quem e como serão convertidos os eleitores a favor de um candidato?
Poderá ser "de cima para baixo" pela visibilidade pública com o candidato à Presidente influenciando o voto para os demais cargos, em nível nacional. Os candidatos a Governador influenciando, em nível nacional, sendo importante a conjugação dessas duas candidaturas. O que os analistas chamam de ter "palanque no Estado".
Poderá ser de baixo para cima, com a base política local, que está em contacto direto com o eleitor, o influenciar no voto para todos os cargos.
A restrição de recursos e a diminuição do tempo da campanha oficial irá influenciar tanto um quanto outro processo. Os candidatos terão pouco tempo de exposição nos ditos "programas gratuitos", para converter os não convertidos. A maioria irá desperdiçar o tempo, buscando converter os já convertidos. Talvez na tentativa de que esses convençam e convertam os seus conhecidos.
Em linguagem da rede social é converter os amigos dos amigos.
O apoio eleitoral envolve os adeptos e os aderentes. Os adeptos são os convertidos que apoiam irrestritamente o candidato, seja por razões ideológicas, programáticas, comunitárias/corporativas ou pessoais.
Os aderentes são os que simpatizam com o candidato e podem votar nele se pressionado ou influenciado por terceiros. Ou pela sua imagem.
O tempo de televisão será importante para a "venda da imagem". Seja para uma adesão direta ou para dar "armas" para que os adeptos convençam os aderentes.
Já no processo "de baixo para cima" os recursos financeiros são fundamentais para a mobilização de um "exército" de cabos eleitorais que farão o "corpo a corpo" com os eleitores. Ainda em alguns casos, haverá a "compra do voto", com a contrapartida de algum benefício pessoal. O eleitor receberá uma lista em que votar, em todos os niveis, desde deputado estadual a Presidente. É a chamada "cola".
A maioria da indução do voto do eleitor deverá ser pela promessa de melhoria futura das condições de vida do eleitor, dentro da sua comunidade. Da mesma forma, o eleitor será influenciado pela "cola".
Mas diferentemente do primeiro caso, ele poderá ter opções pessoais para alguns cargos, principalmente para os majoritários, a partir de idiossincrasias pessoais: "nesse eu não voto".
Nas alianças partidárias o candidato a Presidente, associado ao candidato a Governador, independente de partidos, busca evitar as dissidências ou "traições".
Com a redução de recursos financeiros para mobilizar o "exército de cabos eleitorais", as decisões dos eleitores não convertidos poderão depender mais dos programas de televisão, com prevalência da imagem, favorecendo os candidatos carismáticos.
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