Desenvolveu-se dentro da sociedade organizada uma forte ojeriza aos políticos, começando a surgir dentro dela movimentos para que os eleitores rejeitem a reeleição dos atuais parlamentares.
Um dos mecanismos para tal é a avaliação da qualidade dos parlamentares atuais segundo alguns critérios básicos, como honestidade, defesa de interesses (nacionais, regionais ou pessoais) produção ou atividade legislativa e outros.
Parece objetivo e simples. Mas não é.
São Paulo tem 70 deputados na Câmara dos Deputados. Uma pergunta inicial aos paulistas revoltados é quantos deputados ele conhece ou já ouvir falar, para poder avaliar se ele é bom ou não?
Assumindo a média de 30% ou sejam, 21 deputados, o que cada revoltado paulista conhece deles para uma avaliação individualizada?
E do total dos 513 deputados quantos cada revoltado conhece?
Pode-se terceirizar a avaliação a cientistas políticos, mas quantos efetivamente ele conhece para essa avaliação? Pode-se valer do noticiário, mas o nacional só foca uma dúzia, se tanto. Será necessário recorrer ao noticiário regional.
Há questões objetivos em relação à ética, como ter ou não processo judicial. De um lado a Justiça existe para dirimir pendências. Enquanto não houver julgamento e condenação, a avaliação pode ser precipitada. Por outro lado, quem não tem nenhum processo judicial pode ser considerado honesto e merecedor da reeleição, sob esse aspecto?
Cem mil paulistanos podem ir à Av Paulista pedir que não reelejam os atuais Congressistas, mas bastam 30 mil votos em Roraima, para chegar ao Congresso.
Como evitar isso? Sem ir muito longe. Os cem mil revoltados da Avenida Paulista, ou da rede social, precisam convencer outros cem mil eleitores de um dado candidato que aqueles consideram desmerecedores de reeleição.
Com a ajuda da mídia e das redes sociais os revoltados barulhentos se colocam como um Tribunal de Justiça, para aceitar ou condenar os parlamentares atuais. Mas não o é. Precisam de uma mobilização ampla para que tenha efeito sobre cada eleitor.
(cont)
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