Mobilização nacional

Desde muito tempo os estrategistas dizem que para mobilizar uma nação ou sociedade é preciso ter um inimigo reconhecível.
Uma Copa do Mundo de Futebol tem essa característica.
De uma parte, a seleção da entidade futebolística nacional é assumida pela sociedade com a representante da nação. A seleção é da CBF, mas é assumida como a seleção do Brasil. A representante de toda a nação brasileira.
Para conquistar a taça é preciso derrotar sucessivamente diversos inimigos. Não são inimigos, propriamente ditos, mas apenas adversários. Mas sempre oponentes visíveis, claramente percebíveis.
Na fase classificatória precisa vencer diversos adversários regionais para chegar à fase efetiva. Nessa fase, uma tradicional campeã, dessa vez nem chegou lá: a Itália.
Na primeira fase da efetiva competição, uma seleção nacional pode até perder um jogo, desde que dois outros não ganhem todos. Dois grandes adversários perderam as suas batalhas: Alemanha e Argentina, campeão e vice-campeão da Copa de 2014. 
Ai vem a fase do "mata-mata": a disputa com o "inimigo" é uma só: ganha ou está fora. 
O Brasil venceu um tradicional adversário, o México, mas sucumbiu diante da Bélgica.
Do ponto de vista estratégico, uma disputa direta, visível e decisiva contra um adversário, é fonte de uma mobilização nacional.
A sociedade francesa saiu às ruas, se reuniu em torno do Arco do Triunfo, para brindar a vitória sobre a Bélgica e a classificação para a final.
A questão é se existe algum outro tema capaz de mobilizar a sociedade brasileira, além da Copa do Mundo de Futebol? Está claro que não serão as próximas eleições. 
E uma pergunta recorrente. Ou a "pergunta que não quer se calar". 
Não tenho resposta. Alguém tem?

(cont)


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