A classe média urbana reside em grande parte de aluguel. Uma parte tem como uma das grandes aspirações obter a casa própria, mas esse desejo é cada vez menor nas novas gerações.
No mercado imobiliário, por sua vez, há muitos investidores que querem investir nesse mercado.
Para o adequado tratamento da questão é preciso segmentar o mercado em pelo menos três categorias:
- a habitação de mercado;
- a moradia popular;
- a moradia da miséria.
Muitas pessoas ainda pagam aluguéis relativamente altos em relação à sua renda. Isso é caracterizado como "deficit habitacional", constituindo a maior parte do déficit. As soluções para a redução ou eliminação desse déficit não podem ser as mesmas para todas as categorias.
Para a habitação de mercado é possível oferecer habitação, mais próximos dos mercados trabalho, por alugueis mais razoáveis, utilizando apenas os mecanismos de regulação urbana, principalmente a outorga onerosa do direito de construção, sem necessidade de qualquer subsídio estatal.
Para a moradia popular, além dos mecanismos acima poderão ser estabelecidos subsídios, integrados à organização urbana. Os subsídios terão o objetivo de aproximar a moradia do trabalho, evitando que as pessoas tenham que morar nas periferias distantes, sobrecarregando os sistemas de transporte.
As pessoas e famílias usuárias das moradias populares, na sua maior parte não fazem parte da opinião publicada, mas acabam por afetar esta.
Uma posição comum, talvez predominante, é de afastar essas pessoas de renda mais baixa das localidades preferidas pelos integrantes da opinião publicada.
Uma outra é aceitar a convivência entre pessoas de diversas rendas num mesmo edifício, como ocorre em outras cidades pelo mundo.
Já em relação à moradia da miséria, os posicionamentos são mais emocionais do que de vivencia cotidiana.
A diferença entre a moradia popular e da miséria é que na primeira o morador tem renda, mas por ser baixa, só tem a opção de ir morar nas periferias da cidade onde o custo do imóvel é mais baixo e também porque é onde os programas governamentais oferecem as moradias. E ele gasta uma grande parte do tempo na locomoção para as fontes de trabalho e renda.
Já a moradia de miséria é daquele sem renda, que não tem recursos nem mesmo para a condução e precisam ficar próximo aos locais de trabalho e renda. Esses são as concentrações de escritórios, onde sobram resíduos que são catados, como fonte de sobrevivência.
Ninguém ainda apresentou soluções viáveis para resolver o problema da moradia da miséria, até porque a maioria das pessoas, dos técnicos e autoridades não querem reconhecer a diferença entre a moradia popular e da miséria.
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