A decisão de voto do eleitor baseada na conjugação visão-candidato é precedida - de um lado - da formação da visão do eleitor, e - de outro - o lançamento oficial do candidato e da sua capacidade de se mostrar diante do eleitorado.
Conforme colocado anteriormente, eleitor não vota em desconhecido.
A formação da visão do eleitor é baseada nas suas percepções pessoais.
Para uma grande parte da população essa percepção é baseada no que vive ou vê pessoalmente. É uma realidade presencial e varia conforme o ambiente em que vive. A percepção de mundo, que o morador pobre da favela ou dos grotões é muito diferente do cidadão urbano de classe média que já conta com diversas facilidades de serviços e infraestrutura, para atender a sua vida cotidiana.
A percepção de mundo do "pobre favelado ou da roça" é "até onde a vista alcança, presencialmente". A sua expansão imediata pode ser baseada na "rádio peão", isto é, o que é transmitido "boca a boca".
Os meios de comunicação procuram levar mais informações, podendo influir na percepção das pessoas.
As informações produzidas, no entanto, são dados externos às pessoas que só afetam a percepção quando tornadas conhecimento individual. Ou seja, quando a pessoa capta, internaliza, absorve e incorpora a informação para ampliar ou conduzir a sua percepção.
Dentro do processo político, os candidatos ou partidos procuram levar aos eleitores, informações que interessem a esses, formando ou doutrinando as suas percepções.
O eleitor - além da sua percepção real, é submetido a um "bombardeio" de informações, mas muito pouco o atinge. Depende dele buscá-las ou aceitá-las.
Há uma visão dos meios de comunicação de que com as facilidades de tecnologia as pessoas tem maior acesso às informações e as redes sociais contribuem para aumentar as percepções. Mas as informações captadas nem sempre são de caráter político.
O importante, do ponto de vista do processo eleitoral, não é o quanto de informação é produzida e divulgada, mas de quanto ela é visualizada e absorvida.
A questão das "fake news" mostra que as pessoas se interessam mais pelas notícias "escandalosas", falsas ou verdadeiras. As verdadeira são em pequeno número. Então inventa-se uma notícia falsa, escandalosa, que alcança grande visualização.
A percepção do eleitor não se baseia apenas no ambiente em que vive, mas do seu nível de educação. Não adianta uma profusão de santinhos, com as propostas do candidato, para ser distribuída a a analfabetos.
Pouco quer dizer o que está nas revistas e jornais, para quem não sabe ler. Mensagens de texto, por whats app, facebook ou twiter, não são absorvidas porque não tem condições de serem lidas.
O que se escreva aqui é para um público restrito, letrado e interessado. Em média cem pessoas.
Para a percepção além do que "a vista alcança" presencialmente, o eleitor precisa ser uma base educacional, conhecimento de fatos e realidades, não percebidas presencialmente, mas terão que ser enfrentadas pelos que receberem o seu voto.
(cont)
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