Os dilemas do PT em São Paulo

O que os outros vêem como dilema, para Lula e, consequentemente, para o PT não é. O objetivo de Lula é cada vez mais claro. Ele quer estar com a sua foto na urna eletrônica. E tentar eleger o seu candidato a vice-Presidente. O mais provável: Fernando Haddad. 
O principal dilema do PT está na formação da bancada na Câmara Federal. Tem atualmente a maior bancada partidária, superando o MDB e o PSDB. Só perde para o "centrão". 
Mas vê minguar as possibilidades de voltar a ter 70 deputados federais. A sua meta agora é manter os 60 que teriam remanescido, o que nem isso parece viável. 
A bancada paulista eleita em São Paulo, em 2014, foi de 10 deputados federais, com uma perda de 3 cargos em relação à 2010. Mas a perda maior foi na quantidade de votos. Foram cerca de 1,3 milhões de votos.
Na falta de "puxadores de votos", em 2014, Lula apelou para o Presidente de saída do Corinthians, Andrés Sanchez, após ter dirigido a construção da Arena Itaquera, o velho sonho da "casa própria" de toda nação corintiana. A expectativa era de que com a efetivação da Arena a "nação corintiana" sufragasse mais de um milhão de votos em Sanchez. Não se concretizou. Andrés Sanchez foi eleito, mas com apenas 169.834 votos, muito abaixo do quociente eleitoral (303.803 votos): não puxou votos, ao contrário de Celso Russomanno e Tiririca, os grandes puxadores de votos. 
Para eleger Carlos Zarattini, a principal "estrela" remanescente da ilustre bancada petista, o partido fez "despejar" na campanha dele, mais de 6 milhões de reais, irrigada pela Odebrecht, Queiroz Galvão, OAS e outras empreiteiras, além da doação de bancos e da JBF. 
Mesmo com a campanha milionária Zarattini, que carrega um nome célebre para a esquerda, só conseguiu 138.286 votos, o 31º colocado.
Andrés Sanchez está em dúvida se disputa a reeleição. Prefere ficar em São Paulo, cuidando do Corinthians, para equacionar a amortização da dívida da Arena, que ele contesta, assim como viabilizar - finalmente - o "naming right". Zarattini, sem os recursos milionários aportados pelos "amigos de Lula", poderá ficar abaixo de 100 mil votos. Poderá ainda ser reeleito, mas canibalizando os votos dos companheiros.
Alguns petistas ainda tem votos em redutos eleitorais, mas a tendência é que - com poucos recursos financeiros - e o aumento da rejeição ao PT, a bancada do PT em São Paulo seja reduzida à metade ou menos.

(cont)

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