A cortina se abre e se vê cenas deprimentes de 513 deputados federais negociando aprovação de medidas provisórias, projetos de lei, emendas parlamentares: um imenso e intenso "troca troca".
Termina o ato, começa outro, quatro anos depois, e o elenco é o mesmo. Com poucas alterações. Alguns foram substituídos, pelos seus filhos ou esposa. E as cenas são as mesmas, o "script" não muda.
Mais um ato termina, com a expectativa de que o seguinte seja melhor. Mas ao abrir a cortina, vê-se ainda o mesmo elenco. Alguns que estavam no primeiro ato, mas não participaram do segundo, estavam de volta. A sensação é que nada mudou. As esperanças de renovação se esvairam, com o "mesmo do mesmo" ou com "os mesmos de sempre".
Com um misto de estarrecimento, indignação, vergonha e revolta, a vontade é jogar uma bomba no palco para dizimar todos eles. Ou metralhar um a um.
Trata-se de uma livre transcrição de um pesadelo, relatado pela minha amiga Márcia Barone. Como todo sonho ou pesadelo a história não tem fim. Você acorda assustado.
Fica com o gosto amargo que nada vai mudar, em 2019, com os mesmos deputados, as mesmas cenas e as mesmas atuações.
O que se tem visto ao longo dos anos não é um pesadelo, mas uma triste realidade, que se repete sucessivamente. A platéia se revolta, vaia, joga tomates, mas o elenco continua o mesmo jogo, o mesmo deprimente espetáculo. A platéia quer que eles "tomem vergonha" e mudem. Mas eles seguem, impávidos, porque "foram eleitos pelo povo".
A visão das cenas vistas ou relatadas sobre esse horroroso espetáculo obscurece uma questão anterior, essencial: "como esse elenco chegou ao palco? Quem os escalou?"
Eles foram democraticamente eleitos, estão no palco porque receberam votos, concorrendo com muitos outros que não conseguiram chegar lá.
A pergunta preliminar que precisa ser respondida é quem votou neles e por que motivos? O que os eleitos representam ou fizeram para ter os votos que os levou ao palco?
Este livro, baseado em pesquisas exploratórias em dois Estados Brasileiros, sobre a origem dos votos dos deputados eleitos, procura entender e explicar como e por que essa "troupe" está no palco.
Com um espetáculo que é o pesadelo de milhões de brasileiros.
Ver o que não é mostrado - Enxergar o que está mostrado Ler o que não está escrito Ouvir o que não é dito - Entender o que está escrito ou dito
Assinar:
Postagens (Atom)
Lula, meio livre
Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...
-
Carlos Lessa - ex presidente BNDES As políticas públicas verticais focam partes ou setores específicos da economia, tendo como objetivo ...
-
Paralelo 16 é uma linha geográfica que "corta" o Brasil ao meio. Passa por Brasília. Para o agronegócio significa a linha divi...
-
A agropecuária brasileira é - sem dúvida - uma pujança, ainda pouco reconhecida pela "cultura urbana". Com um grande potencial de ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário