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Os eleitores do PT no Rio de Janeiro (2)
Com um grande contingente de pobres e exacerbada desigualdade social, o PT teria no Rio de Janeiro uma grande massa de eleitores a serem conquistados.
Não o consegue porque grande parte é conquistada por outras facções. De uma parte os evangélicos conservadores que desenvolvem uma grande atuação social, desviando a expectativa daqueles que esperam pelos benefícios concedidos pelo Governo Federa e são contra o liberalismo de costumes pregado pela esquerda. De outra parte as comunidades pobres tem sido dominados pelo crime organizado ou pela milícias que são contra o liberalismo da esquerda.
Lideranças dos movimentos sociais não atemorizados pelo "terror" não tem se associado ao PT, como ocorre em outras cidades, em que a grande base eleitoral do PT advém das lideranças de movimentos sociais. Chico Alencar seria um exceção, tendo conquistado e mantido um eleitorado que o sustenta como "campeão de votos" nas últimas eleições para a Câmara dos Deputados. De certa forma Chico Alencar monopolizaria o contingente de eleitores da massa dos pobres favoráveis aos candidatos de esquerda. Como ele migrou para o PSOL e os votos que ele consegue tem caráter pessoal e não partidário, o PT ficaria com poucos eleitores.
Por outro lado o PT não tem campeões de votos, com capacidade de fortalecer a bancada de deputados, ou para disputar eleições majoritárias. Candidatos da esquerda ao Governo do Estado ou à Prefeitura do Rio de Janeiro, tem sido mal sucedidos. O único caso de eleição bem sucedida ao Governo foi de Benedita Silva, eleita Vice-Governadora na chapa de Anthony Garotinho. Quando este renunciou para ser candidato à Presidência da República ela assumiu o Governo do Rio de Janeiro, gerindo-o por 9 meses. Mas ao tentar a reeleição foi derrotada por Rosinha Garotinho.
Benedita Silva é uma petista típica, iniciando a sua atividade política nos movimentos sociais junto às favelas (agora chamadas pelo eufemismo comunidades) onde conquistou o seu eleitorado. Mas foi derrotada por Rosinha Garotinho nessas comunidades que congregam a população mais pobre.
Reforçando a percepção de que o principal concorrente da esquerda, na conquista do eleitorado pobre é o candidato evangélico.
Reforçado no Rio de Janeiro pela eficaz atuação populista e de despachante dos interesses comunitários de Anthony Garotinho.
Em 2014, o PT não teve eleito nenhum campeão de votos, tampouco candidato com mais de 100 mil votos. O melhor posicionado foi Alessandro Molon, com 87.003 votos, bem abaixo do obtido em 2010 (129.515). Na janela de transferência partidária Molon transferiu-se para o PSB, desfalcando ainda mais o PT, no Rio de Janeiro.
Em 2010 o PT teve eleito uma bancada de 5 deputados, ficando atrás do PMDB com 8 e o PR com 7. A renovação estatística na bancada foi de 40%, com Carlos Santana de Chico D'Angelo não conseguindo a reeleição, substituidos por Benedita Silva, uma retornante e Alessandro Molon, com uma carreira política na cidade do Rio de Janeiro, como vereador e deputado estadual, notabilizando-se pela defesa dos direitos humanos.
Em 2014 viu Jorge Bittar e Edson Santos dois veteranos, com sucessivas reeleições, não conseguiram os votos suficientes para o retorno, marcando mais uma vez uma renovação de 40%. Mas suposto novato Chico D'Angelo era um retornante, depois de não ter conseguida a reeleição em 2010. O novato Fabiano Horta veio de uma carreira política em Maricá, onde foi eleito Prefeito em 2016, abrindo a vaga para Wadih Damous. Damous é um dos mais ferrenhos defensores da libertação de Lula, tendo organizada a tentativa da libertação daquele através de decisão de desembargador de plantão.
O PT manteve a bancada de 5 deputados, mas agora superado também pelo PSD, além do PR, cada qual com 6 deputados eleitos.
Lindbergh Faria é um petista oriundo da esquerda estudantil que, como Presidente da UNE, teve grande visibilidade pública, na liderança dos "caras pintadas" nas campanhas das avenidas pela deposição do Presidente Collor. Esse destaque público teria ajudado a sua primeira experiência eleitoral, sendo eleito, em 1994, deputado federal, com 57.544 votos, pela legenda do PCdoB. Em 1998, mesmo tendo obtido um número maior de votos (73.791 ) não foi reeleito, por integrar a legenda do PSTU que não conseguiu alcançar o quociente eleitoral. A tentativa de ser eleito vereador em 2000, ainda pelo PSTU foi frustrada. Mas em 2002, já no PT, foi eleito deputado federal, com 83.468 votos, acima dos obtidos anteriormente, favorecido pela eleição no mesmo certame, de Lula, à Presidência da República. O PT, na ocasião teve eleitos ainda mais 6 deputados federais, com maiores votações para Chico Alencar e Jorge Bittar.
Em 2004 é eleito Prefeito de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, derrotando o candidato do PMDB, conseguindo, no 2º turno, 217.521 votos. Em 2008 é reeleito, com 217.521 votos, o que o credenciou à eleição de Senador em 2010, derrotando na escolha interna, Benedita Silva. Foi eleito com 4.213.749 votos, representando 28,65% dos votos, juntamente com Marcelo Crivella, que teve 4.332.886 votos, equivalente a 22,66% dos votos. Na ocasião derrotou o cacique do PMDB, Jorge Picciani, o ex-Prefeito César Maia, concorrente pelo DEM, e vários outros candidatos de esquerda.
Supostamente esse seria o tamanho do eleitorado petista no Rio de Janeiro, em 2010, dividindo o eleitorado mais pobre com o evangélico Marcelo Crivella. Lindbergh teve no 1º turno mais votos que Dilma Rousseff, candidata à Presidência.
Em 2006 o PT não havia apresentado candidato próprio para o Senado, apoiando Jandira Feghali que acabou derrotada por Francisco Dornelles.
Em 2014, novamente o PT não apresenta candidato próprio para o Senado, apoiando Romário, então pelo PSB, o qual consegue ser eleito com 4.683.963 votos, equivalente a 63,43% dos votos totais.
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