Propostas para os eleitores de visão limitada
Conforme já exposto aqui, a maior parte dos eleitores tem uma visão de mundo limitada, ou "até onde a vista alcança".
As suas preocupações e aspirações se limitam à solução dos problemas da comunidade em que vive, seja um municipio de menor porte ou parte de uma grande cidade. Ele quer e espera que o Estado lhe forneça os serviços públicos que melhorem a sua vida cotidiana.
O eleitor pode até ser sensibilizado pelos discursos liberais e de privatização, desde que não comprometa o seu atendimento por serviços gratuitos. Aceita que a privatização possa ampliar e melhorar os serviços, mas não concorda com o pagamento dos mesmos. Em grande parte, porque não tem renda para tal.
Essa visão o torna "refém" dos populistas que prometem prover ou melhorar os serviços públicos, de forma gratuita, ou de forma subsidiada.
O seu entendimento é de que é obrigação do Estado prover os serviços, adequados às suas condições de renda. Tem que fornecer e não pode cobrar de quem não pode pagar.
A extensão dos serviços e dos aportes públicos pode ultrapassar a capacidade financeira do Estado e gerar graves consequências à economia como um todo. Mas o populista é um "irresponsável" quanto à isso. Entende que a sua função é obter os serviços para a sua comunidade. A responsabilidade fiscal segundo ele seria das autoridades econômicas.
E o eleitor comparte com essa visão. Ele reivindica os serviços. Como e quem vai pagar "não é problema dele".
O problema do candidato populista não é a responsabilidade fiscal, mas o risco de não poder cumprir as promessas, em função daquela. Não pode prometer tudo, sem limites. Perderá credibilidade e poderá não ser eleito.
Dentro dessas circunstâncias como o novato pode disputar o voto do eleitor seduzido pelas promessas do populista, seja veterano ou até novo, apoiado por veterano?
A proposta de longo prazo é contribuir para a ampliação da visão do eleitor de menor renda e escolaridade, para que ele não veja no deputado federal apenas um "despachante" da comunidade para trazer a essa os serviços públicos reivindicados pelos seus moradores.
Como contribuir para essa ampliação de visão? Por que estratégias? Como as eleições a curto prazo podem contribuir para esse objetivo?
Com que discursos o novato pode quebrar esse ciclo de dependência mutua entre o eleitor e o populista? Campanhas anti reeleição seriam necessárias, mas insuficientes.
O novato liberal não tem qualquer condição de vencer essa disputa com o populista estatizante. Não se trata da discussão sobre a privatização de estatais, mas da presença do Estado provedor, nas comunidades pobres.
(cont)
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