Uma rápida comparação das eleições para a Câmara Federal em 2010 e 2014 mostra uma mudança, que já vem de antes, porém cada vez mais nítida e que deverá prevalecer em 2018, já evidenciada pelas migrações partidárias dos atuais deputados, em busca da reeleição.
Consideramos, para efeito de análise as seguintes categorias:
- o G3 - formado pelos três principais partidos políticos: o PMDB, o PT e o PSDB;
- o "centrão" formado pelos partidos - essencialmente - pragmáticos;
- os médios ou intermediários de caráter mais programáticos, tanto de direita como de esquerda;
- os partidos de base evangélica, embora não congregue toda a bancada;
- os nanicos, com pequena base eleitoral, incluindo alguns caracteristicamente programáticos, como o PSOL.
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O G3, com 215 deputados eleitos em 2010, representando 42% das cadeiras na Câmara dos Deputados, caiu para 188, em 2014, passando a sua participação para 37%. Já o "centrão" passou de 150 deputados, eleitos em 2010 - 29% do total - para 180, pulando para 35%. Contou para isso com a incorporação de 3 novos partidos pragmáticos (PDS, PROS e SD). O DEM embora não seja um partido rigorosamente pragmático, foi considerado dentro do "centrão" pela suas movimentações recentes.
(os dados aqui consideram as votações nas eleições e não a composição partidária atual da Câmara dos Deputados, após a janela de transferências).
Os partidos médios, mais programáticos foram os que tiveram maiores quedas, indicando uma tendência de preferência dos eleitores pelo pragmatismo em relação aos programas.
Enquanto a elite e os analistas propugnam a votação mais consciente, mais voltadas para as propostas e idéias, a maioria dos eleitores, apesar de insatisfeita com os políticos atuais, acaba cedendo aos pragmáticos.
Os evangélicos estão disseminados em diversos partidos, mas dois deles os concentram: o PRB e o PSC. Devem ser avaliados em separado para acompanhar a sua evolução eleitoral. Tende a ser a categoria com maior potencial de crescimento. Entre 2010 e 2014 cresceram cerca de 48%.
Os nanicos devem ainda apresentar crescimento em 2018, mas tenderão a participações menores nas próximas eleições, em função das cláusulas de barreira.
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Em que pesem as vontades e campanhas das elites, o eleitorado segue na tendência oposta: vota mais nos pragmáticos do que nos programáticos.
Os programáticos precisam mudar as suas estratégias para vencer os pragmáticos. Com os mesmos discursos anti-renovação serão derrotados por 7x1.
Como virar o jogo?
(cont)
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