Em palestra do ex-governador Geraldo Alckmin, no Instituto de Engenharia, ele defendeu o voto distrital puro, com o argumento de que o deputado eleito por um distrito e fiscalizado diretamente pelos seus eleitores não será reeleito se não cumprir as suas promessas ou não tiver um desempenho satisfatório na sua representação. No sistema atual em que ele obtém votos em todo o Estado, mesmo que perca a sua base distrital pode ser reeleito, com os votos recebidos em outros Municípios, mediante o uso da máquina partidária. É uma suposição, que precisa ser conferida com a realidade, apoiada com dados numéricos.
A nossa suposição, com base nos levantamentos que fizemos e ainda estamos fazendo, demonstram o contrário. Muitos deputados são eleitos com uma forte base local ou regional. E caso a percam, os votos obtidos em outros Municípios não seriam suficientes para compensar a base local.
Na prática, o sistema atual já é distrital, com exceções dos "campeões de votos". Os deputados federais com votos disseminados por todo o Estado, com suporte na máquina partidária ou governamental são minoria. E dependem de muitos recursos.
A argumentação aceitável é que se o sistema atual já é - de fato - distrital, a sua institucionalização o tornaria mais barato e acessivel a mais pessoas, facilitando a renovação.
O candidato distrital não teria que enfrentar os candidatos com muitos recursos e apoio das máquinas partidárias ou governamentais.
Por outro lado a institucionalização do voto distrital ampliaria e consolidaria o papel do deputado como despachante dos interesses comunitários, no caso distritais. Ele não seria representante de idéias, de programas partidários, mas um defensor de benefícios limitados aos seus eleitores. Daria maior margem ao "populismo".
O distrital misto, com outra parte de eleitos pela lista partidária, poderia mitigar essa limitação.
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