Lançado em 2013 para ser desenvolvido como um projeto nacional para o bicentenário da independência, está reavivando o projeto com o objetivo de mobilizar a sociedade para pensar, discutir e construir esse Brasil Que Queremos.
Não há consenso dentro da sociedade sobre o Brasil que cada segmento, cada grupo ou mesmo cada pessoa quer. O projeto real resultará de um amplo acordo político e social, ou da hegemonia de uma das visões.
Baseia-se nos cinco pilares proposto originalmente: Brasil economicamente forte, socialmente justo, politicamente democrático, eticamente responsável e ambientalmente sustentável.
Para efeito de motivar as reflexões e as discussões para orientar a efetiva construção, o que dependerá do protagonismo das forças econômicas, políticas e sociais, o projeto Brasil 2022 não apresenta propostas, mas as alternativas básicas a partir do Brasil que Temos e do que os diversos protagonistas propõe para alcançar a sua visão desejada de país.
Brasil economicamente forte
A visão de um Brasil economicamente forte pode ser definida por alguns indicadores econômicos básicos:
- tamanho do PIB e do PIB percapita e seu posicionamento relativo no cenário mundial;
- a participação da corrente de comércio externo e dos seus componentes (exportação e importação) no comércio internacional e em relação ao PIB. São indicadores do grau de inserção da economia brasileira na economia mundial e do grau de dependência em relação a essa, tanto das exportações, como das importações;
- dívida pública e geral em relação ao PIB e participação no conjunto do mercado financeiro internacional;
- taxa de inflação e dos juros básicos;
- tamanho do déficit primário em relação ao PIB.
Esses indicadores devem definir o grau de independência do país para promover e manter um crescimento econômico sustentado, o grau de vulnerabilidade às flutuações no mercado mundial e a capacidade de superar as crise conjunturais.
Em termos do Brasil que Queremos todos concordam com indicadores melhores do que do Brasil que Temos. As alternativas em relação a esses macro indicadores decorrerão da velocidade dos ajustes e da retomada do crescimento, o que leva à opção entre as seguintes de natureza monetarista:
- esperar e confiar que a economia se recuperará pela sua dinâmica própria, com os Governos mantendo a estratégia de mínima intervenção na economia, exceto pela taxa de juros, seguindo as perspectivas do mercado e pela obtenção das metas de déficit primário das contas públicas;
- resultados impulsionados com uma intervenção estatal, acima do mínimo, contendo a taxa de juros, esperando que isso reanime a economia e intervenções pontuais de natureza setorial, com vistas a manter o nível de atividades e de empregos;
- uma retomada mais acelerada, mediante intervenções mais amplas do Governo, com o sentido anticíclico, para maior defesa contra as crises internacionais e estimular o crescimento.
Por outro lado os oponentes da terceira alternativa valem-se da tentativa similar feita ao longo do primeiro mandato de Dilma para demonstrar a probabilidade de resultados altamente negativos.
A par dessas alternativas de caminhos da economia brasileira de estratégia monetarista e sequências conjunturais, existem grandes opções de natureza estrutural:
- seguir o caminho do desenvolvimento focado na industrialização voltada para o mercado interno. O aumento das exportações, tanto das commodities como dos industrializados, em função da desvalorização do real, seriam condições conjunturais que ajudariam a retomada do crescimento, mas não alterariam o modelo estrutural;
- reorientar a indústria para suprimento mundial. Para isso o Governo buscaria eliminar ou reduzir os empecilhos às exportações, aceitar maior protagonismo das multinacionais nesse processo, acelerar e ampliar os acordos comerciais, com prioridade para os mercado das multinacionais já instaladas no país. Passaria a aceitar a figura ou conceito de plataformas mundiais, inclusive das plataformas de exportação.
- A terceira opção é de um Brasil das commodities, fazendo da produção e suprimento mundial desses produtos a principal alavanca da retomada do crescimento econômico e, na sequência, a base de sustentação. As prioridades de investimentos em infraestrutura estariam voltadas para o escoamento das commodities, com primazia para a saída norte.
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