Renan Calheiros tem conseguido se manter à tona nas água políticas, dentro do seu projeto pessoal: ser permanentemente um protagonista.
Não se contenta em estar no meio, seja nos bastidores, e muito menos na platéia, como simples espectador. Ele precisa por compulsão pessoal, estar na frente do palco: comandar o espetáculo.
Tem como antecedentes José Sarney, ainda sobrevivente, e Antonio Carlos Magalhães. Ambos, ocupando ou não cargos relevantes sempre foram protagonistas.
O estilo é mais próximo de ACM, virulento quando contestado. E ainda mantém liderança sobre o "seu grupo" baseado no medo. Na aprendeu com o seu principal desafeto, Eduardo Cunha, de que o seu grupo o abandona quando enfraquece.
Evidentemente, Renan está preocupado com outubro de 2018 e precisa aplainar - desde já - o caminho para ele e seu filho, atual Governador das Alagoas.
Mas a sua preocupação maior é com o tempo presente, com a perda de protagonismo.
Por isso ele chama Temer, toda hora para a briga. Numa cultura de mma ou ufc, a mídia refletindo o interesse de parte da sociedade, açula a briga, a disputa: quer ver caras amassadas, pernas quebradas, sangue. Renan provoca, tem visibilidade, mas a sua estratégia já está se esvaindo.
Temer não compra a provocação e até debocha.
Renan apega a sua sobrevivência à do PMDB. Tentando fazer de conta que o Governo Temer não é do PMDB e alertando que o PMDB corre o risco de ser dizimado como foi o PT nas eleições municipais de 2016. Em outros termos, que os seus colegas peemedebistas correm um sério risco de não serem reeleitos.
No que tem razão, dada a visão pessoal de Michel Temer. Ele sempre atuou nos bastidores, deixando de lado a busca de um ativo eleitoral, para através de articulações de cúpula, chegar ao posto máximo, ser o ator principal da cena. Conseguiu. Não tem nenhuma pretensão de seguir carreira política voltando aos bastidores. Depois da Presidência da República, quer sair inteiramente da casa de espetáculos e ingressar na história.
Quer ser reconhecido como o Presidente que salvou o Brasil, tirando-o da maior e mais prolongada crise econômica. Para isso precisa aplicar remédios amargos, fazer cirurgias dolorosas que afetam a sua popularidade. Aproveita a impopularidade para aprofundar as medidas impopulares.
Ele não pretenderia, como José Sarney, permanecer na política, depois da Presidência. O seu exemplo não é o político maranhense, mas Getúlio Vargas.
Mas ele arrasta consigo os correligionários do PMDB. A maioria deles querem permanecer no campo político, querem seguir carreira, por diversos motivos - principalmente pessoais - e precisam de popularidade. Precisam da aceitação do seu eleitorado com o qual Michel Temer não está preocupado.
Temer aceita ceder pequenos benefícios aos eleitores dos seus correligionários, através da liberação de emendas parlamentares, mas os quer apoiando a aprovação das medidas impopulares, mas que considera essenciais, para "salvar o Brasil".
O dilema dos peemedebistas é se esses remédios amargos não salvarem o Brasil, até 2018. Num ambiente econômico ruim, eles acham - com muito fundamento - de que irão afundar juntos.
Temer quer sair da política para passar para a história. Os peemedebistas, liderados por Renan querem permanecer no mar político e na "crista da onda".
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