Na discussão sobre a regulação dos aplicativos de chamada de automóveis para o transporte individual, além dos equívocos de entendimento, a Câmara dos Deputados votou de uma forma, o Senado de outra.
Aparentemente Uber e demais empresas do setor, se uniram para pressionar ou financiar os Senadores. Como são 81 senadores, muito menos que 513 deputados federais, o custo teria sido menor.
O que podem ter prometido, se o financiamento empresarial foi proibido? Como os seus associados são pessoas físicas e tem interesse em manter os serviços desregulados, poderão ser mobilizados para contribuições individuais. Não diretamente pelas empresas dos aplicativos, mas através de laranjas na forma de ONGs, ou de crowdfundings ("vaquinhas").
Com as mudanças no modelo de financiamento das campanhas, novas modalidades de captação de recursos vão surgir e - supostamente - não serão partidárias, mas promovidas por grupos de interesse. E utilizando os meios modernos de captação.
O projeto de regulação dos aplicativos vai voltar para a Câmara que só terá o direito de aceitar ou recusar as alterações do Senado. Não poderá criar regras novas ou adicionais. E depois de reaprovado pela Câmara será submetido ao Presidente que poderá vetar, parte ou até o todo, desde que consiga um respaldo jurídico.
Na Câmara dos Deputados, alguns itens deverão ser restabelecidos, como o poder municipal de regulamentar os serviços. Os deputados são sempre mais municipalistas do que os senadores. E precisam agradar mais os políticos locais, além do próprio eleitorado.
A maior parte desse eleitorado não é associado, tampouco usuário dos serviços, simplesmente porque não tem renda suficiente, seja para usá-lo e menos ainda para ter ou alugar um carro. A maior parte dos deputados não terá a pressão dos uberistas e assemelhados, simplesmente porque na sua base eleitoral os aplicativos ainda não chegaram lá.
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