sexta-feira, 21 de março de 2014

Se a eleição fosse ontem

Se a eleição fosse hoje Dilma Rousseff seria eleita no primeiro turno, segundo a prévia feita pelo IBOPE.
Os dados são representativos ou manipulados? As duas coisas. O resultado da amostra é verificável e correta. A manipulação está na composição da amostra. O nível de erro real é muito maior do que as indicadas, porque o universo é bastante diversificado. 
Mas se a eleição fosse ontem, período da pesquisa, o resultado seria esse mesmo, ainda que com diferenças no percentual.
O que mudará entre a primeira quinzena de março com o primeiro domingo de outubro?
Em primeiro lugar as circunstâncias gerais: a economia brasileira não vai bem, mas segue contratando e o desemprego baixo. A carestia deu um pico, por conta da estiagem, mas a situação poderá está superada no segundo semestre e mais próxima da eleição, a sensação poderá ser de que ela foi vencida. O que importa não são os índices, mas a percepção nas compras e a  comparação é sempre com ontem: hoje está mais caro ou mais barato que ontem?
Vai estar faltando energia? E água em São Paulo e em outros estados?
Se estiver faltando não adiantará por a culpa em São Pedro. A percepção maior será de incompetência governamental.

O povo irá querer continuidade, com melhoria continuada, ou quererá mudanças substanciais? A situação não será de bom ou ruim absoluta, mas de avaliação - mais emocional do que racional - entre o que se quer que continue e o que se quer que mude.

A mudança principal, no entanto, é na imagem dos candidatos. A propaganda oficial permite que a Presidente esteja sempre em foco e se mantenha em evidência. Ela é mais conhecida entre todos os candidatos, em todo o território nacional.

Em outubro os demais também serão mais conhecidos. Marina Silva concorreu nas eleições anteriores e tem o "recall" da campanha anterior, com uma imagem mais positiva do que negativa.

Aécio Neves e Eduardo Campos ainda não tem uma imagem formada junto à maioria dos eleitores. Para a maioria a relação é de empatia. E isso depende da imagem que é passada ao eleitor. E a contrapartida do eleitor em aceitar ou não essa imagem. 

A eleição acabará sendo um concurso entre personagens. Personagens criadas pelo marketing político. Com todas as virtudes geradas pela sua campanha e com todas as falhas mostradas pelas campanhas adversárias.

Dilma conta com muito mais tempo, mas o seu carisma está em cheque. Os dois outros candidatos tem menos tempo, mas o suficiente para passar o seu carisma. 

A capacidade de mostrar um carisma viral será o fator principal que decidirá as eleições.

As circunstâncias terão muito semelhança com a eleição de Collor.  O PT, com o seu tempo maior na mídia tentará vincular a imagem de Eduardo Campos com a de Collor e mostrar que "deu no que deu". Pegará?

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