domingo, 19 de novembro de 2017

Um bom ou mau projeto nacional (2)

Num primeiro nível, a estratégia brasileira, para aproveitar o momento favorável, deverá estar voltada para:

  • diversificação de mercados compradores, reduzindo o grau de dependência das importações chinesas;
  • agregar maior valor às matérias-primas.

A agricultura brasileira de grãos vem crescendo e conquistando mercados internacionais, com altíssima produtividade, incorporação sucessiva de tecnologia e inovação, integrando já a revolução 4.0, e apesar do custo Brasil.

A soja brasileira é altamente competitiva nas fazendas, perde parte dela, com as deficiências logísticas, mas é ainda competitiva no porto. Desmente inteiramente as visões de que a produção brasileira tem baixa produtividade e não investe em inovação. A soja brasileira é, provavelmente, o produto nacional com a maior agregação tecnológica. 

O processamento das matérias primas envolve duas categorias:

  • a dos processamentos que mantém a característica de commodities;
  • a da industrialização com diferenciais que podem ser caracterizados por marcas.

Faltam empresas brasileiras do setor de alimentos, com vocação internacional. 

Sem essa vocação não haverá empenho das empresas ou dos empresários em tentar a conquista de mercados externos.

O Brasil precisa de "campeões internacionais", mas esses terão que ganhar o pódio pelo seu esforço e competência empresarial. Não poderão depender de benefícios estatais.

Para isso o Brasil, seus empresários e a sociedade organizada, precisam se livrar da cultura estatista (ou estatizante) de que o objetivo acima só será possível, com forte atuação e recursos do Estado.

O papel do Estado nas circunstâncias atuais e nos próximos anos terá que se restringir à diplomacia. Não tem recursos, tampouco instrumentos para promover a formação e desenvolvimento de "campeões internacionais".




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