sábado, 17 de maio de 2014

O retorno dos black blocs

Os black blocs refluiram com as estratégias usadas pelas autoridades policiais nas penúltimas manifestações, mas  mostraram que continuam vivos e dispostos a perturbar a realização da Copa no Brasil.

Nas manifestações de 15 de maio, as autoridades estaduais "afrouxaram" o controle das manifestações e o resultado foram novas depredações que poderiam ter sido evitadas.

Do lado governamental foram falhas estratégicas, táticas e operacionais.

Na dimensão estratégica a dúvida que fica é foi um erro ou um teste. A hipotese do teste fica por conta a Teoria da Conspiração.

O objetivo estratégico do Governo  é evitar a ocorrência de manifestações durante a Copa e se essas vierem a ocorrer tenham pequena adesão, decorram pacificamente e  com dispersão, sem causar grandes transtornos.

Depois de uma grande operação tática com a detenção de centenas de ativistas, houve um retração e caberia testar o quanto essa retração estava consolidada e qual a possibilidade de um refluxo.

Como teste, segundo a perspectiva estratégica, o objetivo das autoridades foi alcançado, apesar das falhas táticas e operacionais.

Mesmo sem anunciar forte mobilização policial, na base de 2 policiais para cada manifestante e usar a "turma do braço" e qualquer restrição às manifestações contra a Copa, a adesão foi pequena. Segundo as estimativas da Policial Militar a adesão foi da ordem de mil pessoas. 

UOL - Edictoria de Arte Folha

Embora a mídia tenha tentado magnificar o volume de manifestantes, não houve mistura entre as diversas manifestações, com públicos distintos em cada uma delas.

A manifestação anti-copa seguiram o rito já conhecido: foi convocada pela internet, com a presença predominante de jovens de classe-média, identificáveis pela vestimenta, pela compleição física e pelos dentes. São bem nutridos.

Diversamente das demais manifestações o público dela independe de organização logística. Os manifestantes vão ao ponto de reunião, com os seus meios próprios, alguns deles com o seu carro, mas a maioria pelo transporte coletivo. Não são levados por ônibus fretados. E o horário, no começo da noite, é para atrair jovens trabalhadores nos escritórios, quando da saída do expediente. Para alguns é deixar de ir à faculdade, para engrossar a turba.

Essa  modalidade de manifestação atrai os black blocs que esperam a oportunidade para praticar os seus atos de depredação de alvos conhecidos.

Além da queima do lixo, mais como barreira aos avanços policiais, a depredação foca as agências bancárias, as concessionárias de veículos e os patrocinadores da Copa.


A concessionária da Hyundai, uma das patrocinadoras da Copa, é um alvo preferencial. Não protegê-la é uma superestimação ("nada vai ocorrer com a gente"), uma grande falha, ou intencional, da parte da concessionária. O objetivo seria chamar atenção para a marca.

Intencional ou não, as manifestações anti-Copa de 15 de maio serviram como teste. 

Os diversos grupos de ativistas convocarão novas manifestações antes da Copa e também durante a Copa.

Buscarão marcar datas que coincidam com outras manifestações.

Como essas manifestações são convocadas por meios públicos, as autoridades podem preparar a defesa.

Jogarão com a força da persuasão. Anunciarão a mobilização de grandes contingentes, incluindo a "turma do braço" com o apoio de inteligência e retaguarda das Forças Armadas.

Farão a retenção preventiva das lideranças ou dos black blocas mais radicais, intimando-os a prestarem depoimento nas delegacias, no dia das manifestações, ou a adoção de outros mecanismos. Eles serão chamados em inquéritos por conta das depredações anteriores. 

Manifestações anit-copa ocorrerão, mas em pequena escala, com baixa adesão, principalmente se forem marcados em dias de jogos do Brasil. 


Se isso vier a ocorrer, haverá risco maior de repressão por conta da contrariedade dos policiais obrigados a ir às ruas para tomar conta dos "baderneiros", sem pode acompanhar o jogo. É uma provocação excessiva.


Uma consideração adicional ao comentário de ontem, com relação ao MTST no Itaquerão.

Os líderes das torcidas organizadas do "curingão" deram um "chega prá lá" no lider do MTST: "não cheguem perto do nosso patrimônio". Se tentarem "vai dar pau". 

Não vai haver confronto. O MTST já "afinou". 


















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