segunda-feira, 5 de maio de 2014

Por que Dilma não desiste?

Apesar da progressiva queda nas pesquisas que coloca em risco a sua até então segura
vitória ainda no primeiro turno  ela não desiste da sua candidatura

Nem mesmo o recrudescimento da campanha "volta Lula", faz com que ela ceda o lugar a Lula, como querem muitos petistas, com receio de serem apeados da máquina administrativa.

Ela está convicta de que ganhará a eleição e dará condições à uma nova eleição de Lula em 2018 e sua reeleição em 2022, sustentando a hegemonia petista por longos anos.
Está absolutamente convencida de que está cumprindo a sua missão, que está fazendo um bom Governo, buscando os objetivos e metas de fazer um país menos desigual e de propiciar a ascensão econômica e social dos mais pobres. Está dando sequência ao que Lula começou, caracterizando o modo de governar petista, que sofre forte resistência das classes conservadoras. Ela entende que é a reação dessas classes que não querem perder os seus privilégios ou não querem a companhia da classe média emergente, a dita nova classe média, a responsável pela sua queda nas enquetes eleitorais.

Ela, como grande parte dos petistas, vê a disputa eleitoral como um embate entre a pobreza e a riqueza, entre a massa dos pobres e a elite. No primeiro grupo estariam as pessoas com baixo rendimento, mas ninguém mais miserável e faminto, porque esses já teriam sido erradicados durante os Governos Lula e ascendido para a condição de pobre. Esse grupo ainda contaria com a nova classe média que, apesar da ascensão sócio-econômica, não estaria contaminada pela ideologia reacionária da classe média tradicional. Quando muito ela percebe uma reação contrária ao seu governo, caracterizado como ingratidão e como "quero mais". Essa nova classe média teve ganhos, mas em função dessas quer ascender a um patamar acima, quer mais, principalmente em termos de saúde pública e, na sequência educação e segurança públicas. 
Dilma acha, alimentada pelos seus aúlicos, que ela é que tem melhores condições de atender a esse "quero mais" e dentro da campanha eleitoral, com maior disponibilidade de tempo na TV e rádio fará com que essa nova classe média entenda, fique com ela, desistindo de se bandear para outros lados, revertendo a queda recente nas pesquisas.
Ela irá cobrar com insistência a gratidão dessa massa de beneficiados com a ação social do Governo. Nunca antes eles tiveram tanta oportunidade de melhorar de vida e dirá que os seus concorrentes querem o retrocesso e tirar os benefícios que ela massa conquistou. 
Não se trata apenas do bolsa família, como acham os conservadores. A bolsa família ajudou a acabar com os miseráveis transformando-os em pobres, ainda que nas estatísticas. Assim como transformou pobres em classe média por mudanças nos indicadores estatísticos. Essa classe média se beneficiou indiretamente dos recursos irrigados na economia junto aos miseráveis e pobres e não diretamente.
A contraposição é a carestia e ela não terá pejo em estabelecer congelamentos, após a Copa até as eleições. 
Seriam apenas dois meses, ou no máximo três. Acha que é pouco tempo para evitar um grande estouro inflacionário a partir de novembro. 
A outra ameça é o desemprego, mas para combatê-la conta com a aceleração do conjunto de obras que está atrasada, mas já com contratos, exigindo a ampliação imediata dos quadros de trabalhadores. Vai abrir as "burras" para pagar as medições, vinculadas ao aumento de postos de trabalho e contratação de empregados.
Com essa visão e estratégias Dilma entende que reverterá a queda e assegurará a sua reeleição, ainda no primeiro turno. 
Para isso conta com uma forte desconstrução dos principais candidatos aversários de forma a provocar uma ampliação dos votos inválidos, por desalento ou desesperança, contando que esses possam chegar a um terço. Ai, com um terço dos votos mais um ela ganharia no primeiro turno.
A visão desse cenário faz com que ela não desista da sua candidatura.
O que não quer dizer que, nas urnas, ela consiga o esperado ou o desejado.

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