segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Disruptura em 2020? (1)

As eleições municipais de 2016 já haviam indicado uma rejeição do eleitorado ao PT. O partido só conseguiu a eleição de Prefeito numa capital: em Rio Branco no Acre. Mas o eleito, Marcus Alexandre,  renunciou para se candidatar a Governador do Estado, em 2018, sendo substituído pela sua vice-Prefeita, Socorro Neri, do PSB.  Não obteve êxito em nenhuma capital do Nordeste. Em pelo menos 4 o vitorioso foi um candidato de partido de esquerda, mas não do PT. 
A rejeição nacional ao PT em 2018 foi mais ampla, embora tenha reagido no Nordeste, onde o seu candidato, Fernando Haddad, obteve mais votos que o seu opositor Jair Bolsonaro e teve eleito 4 Governadores (Wellington Dias, no Piaui, Camilo Santana, no Ceará, Rui Costa, na Bahia e Fátima Bezerra, no Rio Grande do Norte). Em 3 outros os eleitos foram de partidos coligados. 

A eleição presidencial de Jair Bolsonaro não representou apenas uma alternância de poder dentro do campo da esquerda, com a disputa entre PT e PSDB nas últimas seis eleições.

Foi uma forte disruptura no processo político brasileiro, com a emergência "arrasadora" de uma direita até então, inteiramente adormecida ou sufocada. 

A "onda bolsonarista" promoveu ainda a eleição de 3 governadores, pelo PSL, todos eleitos no 2º turno e uma bancada de 51 deputados federais. Um grande salto, mas representando menos de 10% do total de cargos na Câmara Federal. No Senado Federal, foram apenas 4, entre as quais a Senadora Juiza Selma, já deixou o partido.

As eleições municipais deverão indicar se a onda bolsonarista, agora com Jair Bolsonaro, na Presidência de República, deverão se manter como grande força político-eleitoral ou terá perdido força. Embora as eleições sejam municipais e não estaduais ou nacional.

O bolsonarismo tem quatro pautas próprias negativas: o antiesquerdismo, centrado no antipetismo e na oposição ao politicamente correto ou progressismo, com destaque para o antiambientalismo e na antipolítica tradicional, caracterizada como "a velha politica". 
A pauta antiesquerdista é ampliada pelas relações internacionais, aliada ao Presidente Trump e a dirigentes nacionais de direita. 
A principal ou única pauta própria propositiva está na segurança das pessoas, com a defesa do armamento da população. Mas que também pode ser caracterizada como reativa: antiviolência.
Incorporou três pautas de grande efeito político-eleitoral: a economia liberal, o combate à corrupção e a defesa do agronegócio, garantindo uma base eleitoral segmentada.
A pauta antiambientalista ganhou maior destaque em função da piora dos indicadores (desmatamento e focos de incêndios) gerando confronto internacional e fortalecendo um patriotismo soberanista.

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