quarta-feira, 18 de dezembro de 2019


A definição do Fundo Público Eleitoral para as eleições de 2020 em dois bilhões de reais, não elimina a influência do poder econômico, tampouco evita o Caixa Dois, ainda que os tornem mais restritos. Mas praticamente acaba com as caras produções para a propaganda na TV.
João Dória foi eleito Prefeito de São Paulo, em 2016, com amplo uso de recursos pessoais, ajudando ainda vereadores para a formação de uma base aliada na Câmara Municipal. Alguns outros milionários foram eleitos com uso das respectivas fortunas. Buscarão a reeleição e novos se candidatarão a vereadores, como ensaio para a eleição para deputado federal, em 2022.
Os grandes volumes de caixa dois usando intrincados esquemas bancários no país e no exterior tornaram-se inviáveis de serem escondidos. A tentativa de conter a atuação da UIF (Unidade de Inteligência Financeira, ex COAF) não prosperou. Mas a movimentação em dinheiro vivo, não contabilizado, vai continuar, principalmente no interior.
Essa movimentação traz um risco, aumentando a tendência de participação das organizações criminosas que, com esses recursos não contabilizados, irão sustentar a eleição de representantes das facções. Deverá também favorecer a eleição de candidatos evangélicos.
As campanhas para Prefeito, em grandes cidades, como São Paulo, ainda dependerão do suporte dos programas de televisão. Já nas médias e pequenas cidades, onde o candidato pode percorrer todo território do Município e ter contacto direto com todos os eleitores, o que vai valer é a sola do tênis. A dos sapatos tradicionais não vai aguentar.
Já as campanhas dos vereadores serão cada vez mais focados nos seus redutos eleitorais, reforçando o seu papel de despachantes, representando os interesses comunitários e as reivindicações de curto prazo. O vereador, com poucas exceções, será eleito pelo corpo a corpo. As redes sociais serão importantes, mas não serão suficientes para alcançar os votos necessários para as eleições, nas grandes cidades.
Os candidatos a vereador serão os principais cabos eleitorais dos candidatos a Prefeito. Se aqueles não aceitarem o candidato do partido, escolhido por negociações da cúpula partidária, não trabalharão por ele e, dificilmente, serão eleitos.
O candidato a Prefeito deverá buscar uma articulação partidária própria, em função das especificidades regionais ou locais.
Os temas nacionais ainda terão alguma importância na eleição de Prefeito, mas pouca na eleição dos vereadores, exceto entre os evangélicos.

(cont) 

Os novatos, ligados aos movimentos de renovação, que, como diferencial, não querem receber os recursos dos fundos públicos, buscarão o apoio de pessoas físicas.
As experiências anteriores, principalmente de 2018 mostraram a baixa participação do financiamento coletivo (crowdfunding) e a concentração dos doadores em empresários bem sucedidos, na maior parte, jovens que enriqueceram no mercado de capitais. Na prática prevaleceu o poder econômico, ainda que não o tradicional, de base corporativa. 
Esse movimento do poder econômico buscando a renovação, levou à reação da velha política, para garantir recursos para as eleições por verbas públicas. 
Os novatos ligados aos movimentos, excluindo os familiares e da onda bolsonarista, tem se destacada por uma limitada pauta de conteúdo e uma ampla pauta adjetiva, como os gabinetes compartilhados, 


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