sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Ultimatos e vontades

Depois de mais de 2.000 dias, desde a homologação do Brasil como sede da Copa e faltando menos de 140 dias para o seu início, constatados os atrasos nas obras os discursos públicos são de otimismo, voluntarismo e ultimatos, como se os problemas fossem de falta de vontade.
Na realidade o problemas são confrontos entre os agentes envolvidos.
No caso da Arena da Baixada, o clube não quer desembolsar mais do que orçado inicialmente, para não comprometer as suas finanças futuras, requerendo a complementação por parte dos Governos. Os Governos, pressionados pela reação negativa da população, não querem se arriscar a ampliar os recursos para os estádios. O ultimato dado pela FIFA é uma iniciativa estratégica, de acuar os governos, antes que ela seja acuada e ter que desembolsar os recursos para assegurar os jogos já programados para Curitiba.
O Atlêtico vai comprometer as suas quotas dos direitos de transmissão, mas - provavelmente - não vai querer ampliar além disso o seu endividamento, jogando o "mico" aos ombros dos Governos Municipal e Estadual da presença de Curitiba na Copa.
O problema do Governo Federal é de imagem, diante do mundo, pois não escapará da perspectiva de incompetência. Poderá afetar o fluxo de turistas e de investimentos, mas serão consequências marginais.
A FIFA não tem problemas físicos e técnicos para realocar os jogos. Ainda sobram 11 estádios e mesmo que mais algum outro fique de fora, há reservas, já que são essenciais apenas 8 estádios. 
O problema dela é com as seleções e com os patrocinadores. As seleções já estão fazendo o seu planejamento logístico e irão resistir às mudanças. Para elas o problema deve ser resolvido pela FIFA, alocando recursos seus se necessário para assegurar o que já estabelecido.
Mas acabarão aceitando as alterações.
Já os problemas com os patrocinadores poderão ser mais graves, dependendo da programação que esses tenham feito, considerando o mercado de Curitiba. 
Provavelmente também poderão ser contornados, mas não sem grandes, exaustivas e desgastantes negociações. 
Para a FIFA o melhor é que o estádio fique pronto, mesmo na véspera. Dai o ultimato, porque não fossem as  conexões com as seleções e patrocinadores, ela já teria descartado Curitiba e promovida a restruturação da tabela. Quanto mais próxima da Copa, mais complicadas ficam as reprogramações..

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