terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Estratégias governamentais

Em brilhante - como sempre - palestra de Paulo Guedes, aclamada e viralizada pelos bolsonaristas, entre verdades e mentiras, ele começa respondendo a uma indagação de um interlocutor se o comportamento de Jair Bolsonaro, com as suas agitações diárias, não seria uma estratégia para desviar a atenção da população, da sociedade, envolvida em querelas menores, enquanto ele faz as mudanças estruturais e essenciais para o país.
Guedes diz que não: as provocações ou reações de Jair Bolsonaro não seriam fruto de estratégia, mas da sua própria natureza pessoal. Ele é aquilo mesmo: impulsivo, reativo, sempre pronto para uma briguinha. 
Guedes, neste caso, está dizendo a pura verdade e está certo na sua análise ou interpretação. Isso porque concordo com essa e já coloquei várias vezes isso aqui neste blog.
Bolsonaro é uma formiga que fica brigando com outras, chamando a atenção da opinião publicada, enquanto o elefante passa. Não por estratégia, mas pela sua natureza.
O que Paulo Guedes não contou é que essa é a estratégia dele. O elefante é dele, não de Bolsonaro. Então promove, até incentiva o Presidente a brigar diariamente, enquanto ele tenta promover a travessia do seu pesado e imenso animal, sem maiores resistências.
Aparentemente, é o que fez com a Reforma da Previdência e agora quer completar a Reforma Trabalhista. 
Para passar o elefante da reforma trabalhista, ele complementa a sua estratégia, colocando na trilha dois outros elefantes, mais perceptíveis e que encontram mais reações.
Jair Bolsonaro é autêntico, é transparente, como afirma Paulo Guedes e não age segundo estratégias, mas segundo a sua personalidade.
Já Paulo Guedes, mais preparado e esperto, tem objetivos definidos e estratégia. Nessa usa da beligerância natural de Bolsonaro para tentar alcançar os seus objetivos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...