quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Não vai ser fácil

Diante das circunstâncias consideradas no artigo anterior, Jair Bolsonaro, sempre atormentado pelos seus fantasmas, morrendo de medo da sombra de Sérgio Moro, buscará afastá-lo. A solução mais simples é indicá-lo ao Supremo Tribunal Federal, na vaga a ser aberta pela aposentadoria do Ministro Celso de Melo, o que poderá ocorrer até setembro deste ano. E deixar que ele vá conseguir os votos necessários para a indicação de sua aprovação. O que é provável, mas não tranquilo. Ele criou alguns desafetos dentro do Senado Federal. Sofre ademais a resistência ou oposição velada de Senadores que foram ou poderão ainda vir a ser atingidos pela Operação Lava-Jato. Dependerá do apoio do Presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
O Poder Executivo, sempre conseguiu aprovar no Senado, com relativa facilidade, as suas indicações para o STF. Há pelo menos 5 casos de rejeição, mas nenhum na Nova República.
A última indicação do PT envolveu articulações políticas e uma campanha pessoal do candidato Edson Fachin, junto aos Senadores. 
A indicação de Alexandre de Moraes foi articulada pelo Presidente Temer, dentro ainda do "presidencialismo de coalizão".
O Governo Bolsonaro ainda não indicou nenhum para o STF, mas enfrentou dois casos de aprovação da sua indicação no Senado. Um o da indicação de Augusto Aras para a Procuradoria Geral da República, bem sucedidas, associando a articulação governamental e a campanha pessoal. O outro, abortado, quando o Presidente do Senado alertou que seria rejeitado, não obstante a intensa campanha pessoa "corpo a corpo" feita por Eduardo Bolsonaro, junto aos Senadores. Não conseguiu garantir, previamente, os votos necessários para a sua indicação à Embaixada do Brasil, nos EUA.
Jair Bolsonaro tem ainda dois candidatos às vagas no STF, um que seria de sua preferência: Jorge Oliveira, fidelissimo escudeiro. Repetiria o antecedente de Dias Toffoli.  
Fora pesadas articulações dentro do renegado presidencialismo de cooptação, o nome seria rejeitado, com um argumento simples: não atendimento da condição de notório saber. 

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